Década 20/30 – O que gostaria de conseguir neste período?

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Gazeta das Caldas conclui, esta semana, a recolha de depoimentos de personalidades da região sobre os anseios, preocupações e desejos a alcançar na próxima década, num exercício que pretende estimular a nossa região a “Pensar o Futuro Hoje”. As perguntas foram enviadas a quase meia centena de intervenientes da sociedade civil do Oeste e nesta edição publicamos os últimos testemunhos que chegaram à nossa redacção. Procurámos contribuir com uma reflexão coletiva sobre o futuro da região. Foram convidadas personalidades de todos os concelhos do Oeste e de Rio Maior, mas nem todos aceitaram o repto. Agradecemos a quem mostrou disponibilidade para o fazer

  1. O que gostaria de conseguir (ou que fosse conseguido) para a sua instituição, inserida na região e no país, no decorrer da próxima década?
  2. Qual o seu principal desafio para o ano de 2020?

 

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Pedro Folgado,
Presidente da Comunidade  Intermunicipal do Oeste

1.No que concerne às áreas de especialização prioritárias da Região Oeste, nomeadamente a economia do mar, agro-alimentar e turismo, a OesteCIM está empenhada na concretização de uma visão assente em três pilares: Mobilidade, Combate às Alterações Climáticas e Digitalização. E conseguirmos que a Região Oeste otimize em valor económico todo o seu potencial turístico. Enquanto Autoridade de Transportes, a OesteCIM assume o complexo desafio de garantir a oferta de sistemas de transporte públicos eficientes e eficazes. Neste âmbito, saliente-se o esforço histórico que a OesteCIM e os seus 12 municípios estão a fazer no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária, com o grande investimento que está a ser efetuado para garantir uma forte redução dos passes de transporte público dos Oestinos. Em paralelo com esta estratégia, a Linha do Oeste e o IC11 são dois objetivos estruturantes que a OesteCIM tem no seu mapa estratégico como fatores críticos para o desenvolvimento sustentável da região. No combate às alterações climáticas, a OesteCIM assume a ação climática como centro da sua estratégia de desenvolvimento económico nas áreas de especialização prioritárias já mencionadas. De modo a estimular a mudança comportamental, criámos a Maria, uma menina com uma mensagem de sensibilização e consciencialização ambiental. Na digitalização, para além da modernização da Administração Pública, essencial à simplificação, racionalização de estruturas e melhoria da qualidade dos serviços, a digitalização deverá ser também encarada como uma oportunidade para construção de uma Smart Community. Outro dos principais desafios da OesteCIM é conseguir posicionar a marca Oeste no setor do turismo como um referencial nacional e internacional, não só pelo aumento dos visitantes, mas, muito importante, pelo valor que estes podem criar. É, por isso, um objetivo otimizar a criação de valor nos fluxos turísticos que nos visitam ou naqueles que são segmentos que pretendemos alcançar: o Surf, o Eno-turismo, o Turismo de Natureza, o Turismo Militar, o Património histórico/cultural, os Moinhos, as Estações Náuticas, entre outros, são múltiplas cadeias de valor que pretendemos que se cruzem para podermos oferecer a quem nos visita diferentes e complementares experiências que se tornem únicas e diferenciadoras numa região às portas de Lisboa.

2.Neste ano de 2020 será essencial abraçar o desafio de transição para uma Smart Community, com uma economia de carbono zero, numa Região conectada (inteligência das coisas, big data e inteligência artificial) e com um setor de mobilidade seguro, limpo, inteligente e flexível. Importa, igualmente, que a OesteCIM se assuma como líder processo de descentralização de competências da Administração Central, assegurando a prestação de serviços mais eficientes, sustentáveis e com uma considerável melhoria da qualidade de vida de todos os Oestinos. Neste quadro, importa salientar além do Turismo, captação de investimento e educação, a saúde, em que o novo Hospital do Oeste ocupa um papel de destaque como objetivo primordial desta Comunidade.

 

Nicola Henriques,
responsável pelos Silos – Contentor Criativo

1.Gostaria que cada vez mais fosse reconhecido que aqui é possível ser feliz. Pensar o ser humano e a sua condição é, também, pensar as suas necessidades e gestão das suas expectativas de modo sustentado. As bases gerais estão mais ou menos identificadas a partir dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Poder proporcionar aos cidadãos o desenvolvimento de competências de interpretação e atuação no território de modo criativo, responsável e socialmente ativo é responsabilidade de todos e mais concretamente daqueles que lidam com os jovens, pois neles reside a maior capacidade de mudança. É fundamental estar próximo, respeitar, ser tolerante aceitar e apoiar o desenvolvimento das suas ideias e a sua materialização em projetos de valor acrescentado para os desafios de hoje. Gostava de reconhecer um território altamente coeso, não só na definição de objetivos estratégicos concretos mas também na criação, operacionalização e flexibilização de redes. Redes de conhecimento onde se geram ideias e se criam conteúdos para os desafios de uma sociedade que funciona a altíssima velocidade. Estou certo de que a criação de uma atmosfera contemporânea de trabalho colaborativo assente nas escolas, no tecido associativo e dinâmica empresarial e no reforço e flexibilização da ligação à academia seja determinante. Acredito que a região centro do país, a zona Oeste e particularmente o Concelho de Caldas da Rainha têm o potencial e a capacidade para o fazer.

2.O principal desafio em que estou envolvido é o de reforçar a estrutura da Associação Destino Caldas no projeto SILOS Contentor Criativo. Em Agosto de 2020 entramos no ano de comemoração do décimo aniversário. Este ano é um ano de análise e definição de objetivos face às alterações a que temos assistido a praticamente todos os níveis. A extensão à comunidade será reforçada com a diversificação da nossa oferta os eventos em espaço público.

 

Ricardo Fernandes,
presidente da Câmara do Bombarral

1.Em 2030 gostaria que o Bombarral fosse um concelho que se destacasse pela sua qualidade de vida, com os seus habitantes em situação de pleno emprego, baseada numa estrutura empresarial forte e de sucesso, em que a renovação urbana já tivesse ocorrido e houvesse habitação condigna para todos aqueles que escolhessem o Bombarral para viver, que a cobertura dos cuidados de saúde primária se mantivesse no nível que conseguimos atingir este ano e que a educação, após o sucesso do processo de descentralização, atingisse patamares de qualidade ainda maiores. Para a região, gostaria que o Oeste continuasse a sua senda de afirmação no contexto nacional, marcando a diferença através do pioneirismo em diversas vertentes e que acima de tudo pudéssemos, em 2030, contar já com o Hospital Central do Oeste. Para o país, em 2030 gostaria que Portugal estivesse numa situação de estabilidade económica, social e política e que se destacasse em relação aos seus parceiros da Europa no desempenho ambiental, nomeadamente através da aposta sucessiva em processos de descarbonização e na economia circular.

2.No decorrer do próximo ano contamos iniciar diversas obras estruturantes: estaleiros municipais, reabilitação do antigo IVV, reabilitação do Palácio do Gorjão, Centro de Recolha Oficial (2ª fase do canil intermunicipal), Loja do Cidadão, reabilitação do Centro Coordenador de Transportes, saneamento básico no eixo Vale Covo/Vale Pato, entre outras. Também em 2020, o Município começa a exercer as competências emanadas do processo de descentralização, destacando-se as áreas da Saúde e da Educação. A área da Proteção Civil conhecerá, também, um maior incremento, traduzido na incorporação na estrutura da autarquia do Coordenador Municipal de Proteção Civil. Áreas como a educação, cultura, eventos e atividades económicas manterão uma dinâmica de procura das melhores práticas, fazendo uma aposta no fortalecimento de parcerias com os atores locais e não só. A área social apresenta-se como uma das preocupações crescente deste Executivo. Na senda das preocupações ambientais, para além de ser dada continuidade ao trabalho que vem sendo realizado em diversas frentes, iremos prosseguir num esforço de renovação da frota municipal, no sentido de se avançar na direção de uma maior descarbonização. No que se refere ao Orçamento Participativo do Bombarral será dado início à implementação do projeto vencedor em 2019 e lançada a 2ª edição do OPB. 2020 será, também, o ano em que se espera concluir o processo de revisão do Plano Diretor Municipal. Queremos reforçar a proximidade às de Juntas de Freguesia e ao movimento associativo concelhio de modo que possam funcionar como verdadeiras extensões da Câmara Municipal, em alguns domínios.

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