As associações de Dadores de Sangue estão preocupadas com a redução de dádivas de sangue já que o período de confinamento não permitiu a realização das recolhas. Nas Caldas, Peniche e Alcobaça estão a organizar-se novas recolhas destinadas a suprir as faltas. Os hospitais portugueses necessitam de mil unidades de sangue por dia, tantas quanto as associações conseguem recolher anualmente
As associações de Dadores de Sangue do Oeste estão preocupadas com os impactos causados pela redução do número de recolhas que o período de confinamento impediu que se realizassem ao longo dos últimos meses na região e em todo o país.
Fátima Santos, uma das responsáveis pela Associação de Dadores de Sangue das Caldas Rainha, sustenta que houve a nível nacional uma redução de 40% no número de dádivas que era habitual, antes da covid-19.
Há também várias recolhas anuais organizadas pela associação – assim como em empresas, escolas, quartéis de bombeiros e ginásios caldenses onde em média se recolhiam cerca de 60 dádivas – que não foram organizadas desde Março, causando grandes constrangimentos aos hospitais, que estão necessitados de dávidas.
“Todos os meses fazia-se uma recolha em unidade móvel junto ao hospital que não aconteceu desde o início do estado de emergência”, sublinhou aquela responsável, acrescentando que estas recolhas estão canceladas pelo menos até Setembro.
Assim, e para tentar suprir a falta que fazem estas recolhas de sangue, a associação caldense está agora a organizar várias recolhas que têm tido lugar na Columbófila.
De resto, as próximas iniciativas estão já marcadas: vão realizar-se nos dias 8 e 27 de Junho, entre as 15 e as 20h00 e decorrem ao longo de todo o dia.
PENICHE APOSTA EM MAIS RECOLHAS
Por seu turno, a Associação de Dadores de Sangue de Peniche costuma organizar colheitas ao primeiro domingo de cada mês, cenário que também se alterou com a pandemia e o estado de emergência em que o país emergiu.
“No mês de Abril não foi possível realizar pro causa da covid-19”, disse Jorge Guerreiro o presidente da Associação, explicando que habitualmente a recolha costuma ser feita nas instalações dos Bombeiros de Peniche. Em média participam 60 pessoas.
No mês de Maio já voltou a ser possível realizar a recolha de sangue na cidade, mas esta foi feita no Pavilhão polivalente do grupo Stella Maris que fica junto ao Hospital.
“Tínhamos uma previsão de 60 dádivas de dadores, mas conseguimos chegar às 97!”, revelou o dirigente. A próxima recolha vai realizar-se a 7 de Junho, naquele pavilhão e terá lugar entre as 9h00 e as 13 horas.
Em média, a associação de Peniche consegue contribuir com 900 dádivas para o Instituto Português do Sangue, sendo certo que os hospitais portugueses necessitam de 1000 unidades por dia.
Já a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Alcobaça afirma que as dádivas se mantiveram neste período, pois aquela entidade conseguiu manter o mesmo número de colheitas, ultrapassando as mil dádivas. Fazem recolhas uma vez por mês na sua sede e contam com meia centena de dadores, em média.
A próxima recolha de sangue será feita também a 20 de Junho em Alcobaça, na sede do grupo que fica junto aos Bombeiros. Além do mais, também promovem recolhas nas freguesias de Turquel e da Benedita e estas resultam entre as 80 e as 120, respectivamente. Além do mais são feitas pelo menos três vezes por ano. Segundo Rui Santos, aceitam-se dadores com idades entre os 18 e os 65 anos.
RECOLHAS NA PRAIAS DO OESTE
Alberto Mota, presidente da Federação de Dadores Benévolos que agrega várias associações – entre elas a das Caldas e a de Peniche – considera que é necessário recomeçar com as recolhas pois “os hospitais estão a retomar as cirurgias e vai ser preciso mais sangue”.
A passos largos aproxima-se a estação quente, altura em que a federação organiza as chamadas campanhas de Verão no Oeste vão ter lugar na Foz do Arelho e em Peniche, próximo das praias. Na Foz, a recolha decorrerá na Junta de Freguesia enquanto que em Peniche ainda decorrem negociações com o Município para encontrar o espaço onde será feita a recolha de sangue em dois dias. “Por agora, o país possui reservas de todos os tipos de sangue para pelo menos 10 dias”, disse Alberto Mota.
Fundada há 38 anos, a Federação contribuiu, em 2019, com 45 mil unidades que foram entregues ao Instituto Português do Sangue.































