
O CCC tem uma nova direcção, liderada por João Frade, presidente da ACCCRO, e pelos presidentes das juntas de freguesia urbanas, Vasco de Oliveira e Abílio Camacho. Na apresentação dos novos responsáveis foi dado a conhecer que o centro cultural já tem a sua programação fechada até ao próximo mês de Agosto e continua a contar com 220 mil euros de orçamento por parte da Câmara, o mesmo valor do ano passado. Segundo o director Carlos Mota, é igualmente importante o que o CCC consegue angariar com a organização de colóquios e conferências, que diz ser o equivalente ao que recebe da autarquia, permitindo assim uma programação regular naquele equipamento.
A nova direcção vai manter as directrizes da anterior, liderada pela vereadora Maria da Conceição Pereira está de saída, mas garante que as dívidas do CCC ficarão todas saldadas até meados de 2013.
Por força da nova legislação, as autarquias tiveram que deixar as direcções das entidades que financiavam e, por isso, o município das Caldas convidou a ACCCRO e as juntas de freguesia de Nossa Senhora do Pópulo e de Sto. Onofre para passar a liderar a direcção da Culturcaldas, entidade que agora gere o CCC. João Frade, Vasco de Oliveira e Abílio Camacho são agora os responsáveis do Centro.
Em conferência de imprensa, a vereadora Maria da Conceição Pereira, que deixou a Culturcaldas, teceu grandes elogios ao CCC e disse que a autarquia está a transmitir “este legado em excelentes condições financeiras”.
A autarca diz que o centro cultural “não tem empréstimos, está com os seus pagamentos regularizados e continuamos a ter boa adesão na procura de conferências e seminários e também em relação aos espectáculos”.
A pedido da actual direcção, a vereadora irá continuar acompanhar o CCC. Maria da Conceição Pereira fez questão de referir as várias instituições com quem o centro cultural possui parcerias, concluindo que são as principais entidades da cidade sobretudo as escolas.
Há dois meses que João Frade é o presidente da Culturcaldas. O presidente da ACCCRO disse que ainda está a conhecer os cantos à casa e deixou claro que o trabalho da nova direcção será de continuidade, tendo ficado satisfeito pelo facto das dívidas serem saldadas dentro em breve. “Queremos que este espaço continue a funcionar como até aqui e que consiga projectar-se regional e nacionalmente”, disse o novo presidente.
O CCC tem uma equipa de cerca de 10 pessoas fixas e conta com o contributo de alguns funcionários camarários. Segundo Maria da Conceição Pereira, a massa salarial mensal ascende aos 10 mil euros.
Ainda dos tempos da ADIO há alguma verbas a pagar: 51.660 euros “cuja responsabilidade já foi assumida pelo anterior presidente daquela entidade Hugo Oliveira”, disse a vereadora, explicando que o assumir da mesma está expresso em acta. Da verba em dívida do CCC 22 mil euros foram contraídos ainda sob gestão da ADIO e 19 mil já pela Culturcaldas.
“Mas como falta receber 49 mil euros da Câmara, temos tudo praticamente saldado”, disse a vereadora. O centro cultural deve sobretudo a fornecedores e a estruturas que representam artistas, mas segundo a nova direcção em meados deste ano “teremos a dívida saldada”.
Jazz e residências artísticas
“Temos uma programação praticamente arrumada até Agosto e muito completa até ao final do ano”, disse o director Carlos Mota, referindo palavras de apreço para com a equipa de trabalho do centro cultural. Com os 230 mil euros que recebe da Câmara (que inclui 10 mil euros para a manutenção do ar condicionado), Carlos Mota diz que “fazemos um esforço titânico de manter uma apresentação regular como não faz hoje nenhum outro concelho do Oeste”.
O director diz que está assegurada a continuidade do jazz pois a primeira iniciativa, em 2012, “ultrapassou as nossas expectativas”. Além de ter mantido um número médio de 200 espectadores por concerto, destacou-se a gravação do concerto ao vivo com a Big Band da Nazaré. “Vamos continuar a apostar no jazz, mas desta vez com um conceito de clubbing”, prosseguiu.
Todos os meses haverá um concerto, um drink jazz (previstos para o domingo à tarde), onde se aliará também a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste que fará nos eventos a apresentação de uma bebida.
Em Agosto decorrerá uma parceria com a organização de Évora dedicado aos palhaços internacionais, que irão animar a cidade das Caldas.
No Verão, ao contrário dos outros centros culturais, “vamos estar mais activos pois entre a Nazaré e Torres Vedras estão aqui quase meio milhão de pessoas e achamos que é um disparate não fazer propostas para elas virem à cidade. Nem que fossem 10 por dia de cada praia, seria um ganho para todos nas Caldas”, comentou o director, referindo que neste momento há já uma parceira muito positiva com o Hotel Sana e “vamos querer estabelecer outras”.
Segundo Carlos Mota, a realização de conferências e colóquios permitem ao CCC um encaixe a rondar os 200 mil euros e as receitas de bilheteira ficam pelos 120 mil euros por ano. Com os 230 mil euros atribuídos pelo município, o CCC fica assim com um orçamento anual ligeiramente superior a meio milhão de euros.
Do lado da despesa, só o ar condicionado custa 10 mil euros por ano, a electricidade e água 30 mil euros e os salários do pessoal 120 mil. O resto destina-se aquilo que é o “core business” do Centro Cultural que é a realização de espectáculos.
A nova direcção pretende que as receitas do parque de estacionamento, actualmente explorado pela autarquia, passem a reverter para o Centro Cultural.
Um grego no CCC
Para este ano, o CCC vai manter a residência artística do grupo Vórtice Dance. A 16 de Março este colectivo fará a apresentação do espectáculo de dança Drácula e, em Outubro, apresentará uma nova peça que foi já estreada nos Estados Unidos.
No ano passado esteve nas Caldas o músico alcobacense Sérgio Carolino, que dá agora a vez ao compositor grego Dimitris Andikopoulos, que vai apresentar vários espectáculos e quer trabalhar um projecto com alunos da região. Trabalhará também com Ângela da Ponte, uma compositora açoriana.
O cinema também está de regresso ao centro cultural, agora às quartas-feiras em duas sessões e até ao próximo mês de Junho, dando destaque ao cinema brasileiro.
Em Junho está de regresso ao CCC o “Mostra-te Caldas” que fará com que bandas filarmónicas, grupos de pop rock, ranchos, grupos corais e etnográficos possam mostrar os seus talentos. Em Agosto estão previstos espectáculos internacionais com músicas do Oriente e da World Music. Em Outubro a cantora Stacey Kent regressará às Caldas para um concerto e em Novembro o jazz será rei.
O CCC disponibiliza ainda um cartão que dá descontos ao fim da compra de cinco ingressos para espectáculos e outro, destinado às empresas, que atribuiu 50% de desconto nos alugueres de espaços aos empresários que já gastaram 3000 euros no CCC.






























