CTT já aceita dialogar com defensores da estação de Valado dos Frades

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notícias das CaldasA Secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações contactou a Junta de Freguesia de Valado dos Frades informando que o processo de agenciamento da estação dos correios local está suspenso.
“Apesar de não ter nada em concreto, nada oficial, sinto que há uma luz ao fundo do túnel”, disse o presidente da Junta, José Santos, à Gazeta das Caldas.
O autarca aguarda que dentro de algumas semanas seja agendada uma reunião onde se juntem à mesma mesa os CTT, Junta de Freguesia, Comissão de Utentes e o Sindicato Nacional de Trabalhadores dos Correios e das Telecomunicações (SNCTC). Um encontro fundamental numa luta que se prolonga há muito tempo e que tem unido populares, sindicalistas e forças políticas, que não aceitam que a estação com 83 anos seja entregue à gestão privada. “A ver se arranjamos uma forma de acabar com este braço de ferro”, espera José Santos.

Ainda que optimista, o presidente da Junta de Valado dos Frades acredita que “há caminho para andar para levar a luta até ao fim”. Mas promete não baixar os braços. “Vamos tê-los levantados até doer”, promete, acreditando que todas as acções de contestação levadas a cabo nos últimos tempos terão ajudado à abertura ao diálogo por parte da tutela.
Ainda na passada semana, no dia 12 de Outubro, uma comitiva de cerca de meia centena de pessoas foi ao Ministério da Economia e do Emprego dar conta das preocupações da população valadense, que teme que com o agenciamento da estação dos correios, como é intenção dos CTT, o serviço piore ainda mais e acabe por ser encerrado.
Populares, representantes de autarquia, dirigentes sindicais e comissão de utentes foram recebidos pelo adjunto do Secretário de Estado, a quem entregaram a moção que resultou da Assembleia Popular realizada a 7 de Outubro.
No regresso a Valado dos Frades, dirigentes do SNCTC concentraram-se a poucos metros da estação dos correios numa acção de contestação que se prolongou durante mais de 48 horas. A ideia inicial era acampar no largo, mas “a GNR não deixou montar a tenda que daria abrigo” aos manifestantes, que não tiveram outro remédio a não ser passar duas noites ao relento, explicaram ao nosso jornal Carlos Reis e Ildebrando Santos, do sindicato, acrescentando que terão sido cerca de 15 as pessoas a passarem a noite na rua, entre as quais alguns populares.
Entre quarta e sexta-feira, dias 12 e 14 de Outubro, a população foi um apoio fundamental para os contestatários, levando-lhes comida e outros artigos que lhes permitiram o mínimo conforto nesta jornada de luta. “Estão a preparar tudo para a privatização, mas de uma forma errada, descoordenada, a saque, sem rei nem roque”, queixam-se os dirigentes sindicais.
Já José Candeias, da Comissão de Utentes, receia que a concretizar-se o agenciamento da estação se compliquem serviços tão básicos e essenciais como o levantamento das reformas e pensões, o carregamento de telemóveis e o serviço de distribuição de correspondências, fundamentais numa freguesia com muita população idosa. E queixa-se dos atrasos constantes da correspondência na freguesia. “As cartas chegam com muitos dias de atraso”, lamenta.

 

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