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Arrancou recentemente, no Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), o projecto deCode – Academia de Programação. Mais de 120 crianças e jovens vão aprender, em três meses e de forma gratuita, os princípios básicos da programação e construir jogos, animações interactivas, ou outras aplicações multimédia.
Trata-se de uma organização da Câmara de Óbidos em parceria com o PTO e a empresa Impact Wave, sediada nos seus edifícios centrais, onde também decorrem as aulas.
Actualmente em Portugal existem 10 mil postos de trabalho por preencher por falta de competências em programação e estima-se que até 2020 sejam criados, por toda a Europa, um milhão de empregos nesta área. Os números foram avançados pelo director do PTO, Miguel Silvestre, na apresentação do projecto deCode, chamando assim a atenção para a importância da formação ao nível da programação.
O projecto é simples: trata-se de permitir aos participantes as noções básicas de programação de forma atractiva. Hugo Pires, agrónomo e programador da empresa Impact Wave, parceira do projecto, é o formador do primeiro grupo a ter aulas, sendo dentro de um mês acompanhado por uma equipa de profissionais do Instituto Politécnico de Leiria (IPL).
“Hoje em dia há ferramentas que facilitam o primeiro contacto com a programação de uma forma mais agradável”, conta, lembrando que há 20 ou 30 anos a aprendizagem desta linguagem era feita de “forma muito dura”.
A ideia inicial seria começar com cerca de 40 participantes, mas o interesse foi grande, tendo-se inscrito mais de 120 alunos, desde o primeiro ciclo ao secundário. De modo a garantir a participação de todos, tiveram que ser feitos vários grupos, tendo um começado esta semana e os restantes dentro de um mês.
A formação tem a duração de três meses. Hugo Pires está consciente que haverá reacções muito diferentes, até porque alguns dos participantes já têm alguns conhecimentos na área, e admite que depois poderão dividi-los em grupos para tornar a aprendizagem mais interessante.
O objectivo é que no final consigam programar um jogo e Hugo Pires antevê que alguns deles conseguirão fazer trabalhos mais complexos. Por outro lado, acrescenta, a programação pode ajudar a alcançar o sucesso noutras disciplinas, como é o caso da Matemática, ou mesmo Biologia, Química, ou História.
A filha do formador, Leonor Pires, de 11 anos, é uma das participantes no projecto. Adora computadores, sobretudo jogar e conversar online com os amigos. O seu jogo preferido é o famoso Minecraft, de construção em blocos, onde gostaria de fazer “algumas modificações”, contou à Gazeta das Caldas no passado dia 27 de Janeiro, quando foi apresentado o projecto.
Também entusiasmado com esta formação estava o seu amigo João Ramos, de nove anos, que pretende aprender programação para fazer o Minecraft 2. Já idealizou muitas profissões e agora está com a ideia de seguir medicina avançada, pelo que a informática e a programação serão uma constante na sua vida. “Gostava de criar um programa que pudesse prevenir doenças”, conta.
Vicente Carvalho, de 11 anos, adora tecnologia e quando for grande quer ser programador e a irmã, Salomé Carvalho, que sempre que pode joga no computador, também participa neste projecto, que conta ainda com a presença de mais de uma centena de alunos das escolas de Óbidos.
O despertar para a realidade da programação e as suas potencialidades foi destacado pelo presidente da Câmara, Humberto Marques, recordando que recentemente ali promoveram um curso de três meses de programação, para desempregados, e que dos 13 participantes apenas um não se encontra empregado porque não quer sair do Bombarral. “A procura é tão grande face à oferta que é fácil obter emprego”, disse o autarca, acrescentando que actualmente esta é uma ferramenta fundamental, tal como saber falar correctamente inglês.
