Criado nas Caldas um grupo de apoio para quem

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É numa sala do Clube de Inverno que se instalou esta associação de apoio

“Olha-te” é como se designa um novo projecto nas Caldas da Rainha que tem por objectivo apoiar as pessoas que sofrem de cancro e começou a dar os primeiros passos no mês de Outubro. A mentora da iniciativa é Célia Antunes, que venceu o cancro e sempre quis prestar apoio a quem tem de passar pelo mesmo. Há actividades pedagógicas e de lazer, gratuitas para quem sofre de doença oncológica, mas pagas pelos restantes.

É numa sala da Associação Recreio Club, em frente ao Parque D. Carlos I que é a sede do “Olha-te”. Quatro senhoras, simpáticas e de várias idades, recebem a Gazeta das Caldas como se em casa estivessem. Há sofás confortáveis para sentar e conhecer os objectivos deste novo grupo que se designa “Olha-te” pois tem intrínseco a valorização física e psicológica de quem sofre cancro.Sara Coito é esteticista. Tem 21 anos e tem um linfoma que não lhe permite trabalhar. Na associação, quando se sente melhor faz trabalhos de manicure e quem quiser pode doar o que entender a favor deste novo grupo que quer apoiar quem está a sofrer de cancro. “Quando estive em recuperação há sete anos andei sempre à procura de actividades que me fizessem sentir bem”, conta a mentora do projecto, Célia Antunes que tem 37 anos e há 15 que vive nas Caldas. “Sempre tive a intenção de criar um grupo de apoio a quem tem que passar por esta doença”, acrescentou aquela responsável, cheia de vontade de arregaçar as mangas e pedir apoios para que “Olha-te” possa crescer e dar mais apoio a quem está a passar ou a recuperar de problemas oncológicos.“O principal já foi conseguido, que é a sede, onde decorrerão as actividades e que foi cedida pela Associação recreio Clube”, disse a responsável, que já obteve alguns materiais da DL Ambientes e da Sport Zone. Com o apoio da associação Oeste Informação On-line e de Ana Marta Ramos, a “Olha-te” tem os seus conteúdos na internet.As actividades da nova associação são gratuitas para quem está a passar pela doença ou a viver o período de recuperação, até porque “há um falta de compreensão e há uma desadequação à sociedade”, disse Célia Antunes, acrescentando que na sede haverá todos os dias actividades como se fosse um ginásio.À segunda-feira é dia de musicoterapia, à terça de escrita criativa, à quarta contemplação de arte até ao final da semana. Estão a ser pensadas actividades extra como um workshop de cozinha fácil para o Natal que se vai realizar em Dezembro no Café Populos (que também apoia a iniciativa). O workshop será dado por um cozinheiro que ultrapassou a doença. O custo da participação é de 15 euros. Serão desenvolvidas diversas acções de formação e já estão agendadas nas áreas da Aromoterapia, Cromoterapia, Yogaterapia, um programa de Desenvolvimento Pessoal e Mediação Expressiva, sessões de Musicoterapia, sessões de Relaxamento e Meditação, construção de Marionetas, Escrita Criativa, Sessões de Riso e de Acompanhamento Social, entre outras.Pretende-se realizar várias actividades que visam o bem-estar e a alegria e também permitir às pessoas poder realizar o que sabem. Recentemente realizaram a primeira sessão fotográfica – com a colaboração da fotógrafa Maria Evangelista e vão continuar as acções que visam o lazer e o bem-estar. Em breve irá decorrer uma exposição de artes plásticas que será coordenada por Lino Romão e que vai ter lugar em vários espaços das Caldas e da Foz do Arelho. Os artistas que quiserem participar nesta mostra designada “Cura-te pela arte” deverão contactar a associação. O design social também está ligado à “Olha-te” e está a ser criada uma mala  de cortiça que terá a designação da associação. O valor das quotas – cinco euros mensais – ajuda as despesas da associação com as várias actividades.O espaço fica na Travessa da Piedade nº4 e na Rua de Camões nº75. As pessoas que estejam a passar pela doença e que queiram conhecer o conceito e o espaço podem também contactar para o tel.  910889912, do site www.olha-te.oeste.pt  ou do e-mail celia.margarida.antu nes@gm ail.com.

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Histórias sobre o cancro da mama no CCC
A peça “Rosa Esperança” que aborda o cancro da mama, doença que mata quatro mulheres por dia em Portugal, foi representada no CCC, a 6 de Novembro. “Começámos há cerca de três anos com este projecto porque a minha mãe e duas amigas sofreram de cancro da mama. Uma delas, a Cláudia, veio a falecer”. São palavras de Rui Germano, o encenador desta peça que já foi apresentada, sempre com sucesso, em várias cidades portuguesas.Durante a doença da sua amiga, foi criado um blogue que permitia aos amigos “saber como ela estava e onde se partilhavam preocupações sobre a doença”. Ora tal blogue – Super Glamorosas – tornou-se num importante local de encontro e foi naquele espaço que se começou a desenhar a ideia de “Roa Esperança. “Quis fazer algo diferente das campanhas cor de rosa que pintam o cancro como se fosse uma simples constipação e alertar para a importância da prevenção”, disse o encenador. Assim começou a experiencia de um laboratório teatral, onde se recolhiam, uam vez por semana em Rio Maior, os testemunhos de mulheres que tinham sofrido de cancro. Depressa se chegou à conclusão que ser queria subir a um palco, contando uma história que tem elementos comuns a quem passou por aquele problema. Entretanto “Rosa Esperança” há muito que deixou de ser apenas uma peça de teatro. No mês de Outubro foi lançado um vinho com o nome do projecto. Este foi dado a conhecer recentemente no Bairro alto Hotel e é uma parceria com a Casa Ermelinda Freitas de Palmela.Em breve será apresentada uma fotografia de grandes dimensões (com cinco metros por 2,50) com o retrato de toda a gente que entra na peça e que tem como objectivo, mais uma vez, chamar a atenção para a prevenção da doença. Trata-se de uma trabalho da dupla madeirense DD&Arte. Em simultâneo ao projecto teatral há uma exposição de fotografia itinerante, um projecto em parceria com a Oficina da Imagem em que os alunos retrataram as mulheres protagonistas. A mostra pode ser vista actualmente no Hospital de Sta. Maria. A caldense Alda Caetano, 58 anos é uma das protagonistas desta peça. “É muito importante que a mensagem passe e que leve mais mulheres a estar atentas e a ir ao médico. A prevenção é fundamental”, disse. Já para Maria Manuel Almeida, 61 anos, e que mora há vários anos em Alcobaça, “Rosa Esperança” mostra que “não somos coitadinhas, que passámos um problema e que conseguimos superá-lo”. Aquela actriz contou que é a quarta mulher na sua família a sofrer de cancro. Carla Pedro, 42 anos, é de Lisboa e diz que as pessoas que sofreram da doença “identificam-se com a história que é contada em palco”. Na sua opinião, “ver sete mulheres que superaram o cancro e que estão bem, dá uma força enorme”, rematou.

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