Natural de A-dos-Negros (Óbidos) Joaquim Rocha Nuno, de 65 anos, emigrou para os Estados Unidos há duas décadas e actualmente reside em Ludlow. É também nesta cidade do estado de Massachusetts que está localizado o seu restaurante, Primavera, especializado em comida tradicional portuguesa.
Vencedor de prémios de gastronomia, Rocha Nuno já foi apelidado do melhor cozinheiro da região. Modesto, não o confirma, mas o que é certo é que “é o restaurante mais bem frequentado de Ludlow”, deixa escapar.

Joaquim Rocha Nuno é um exemplo da concretização do sonho americano. Emigrou já com 45 anos de idade para terras do Tio Sam, há 20 anos, à procura de uma vida melhor e conseguiu-o. Actualmente é proprietário de um restaurante de comida tipicamente portuguesa, em Ludlow, que nos últimos anos tem vencido vários prémios de gastronomia.
Depois de ter estado 10 anos em Angola, primeiro como militar e depois a trabalhar numa mina de diamantes, Joaquim Nuno regressou a Portugal onde trabalhou como vendedor de automóveis. Mais tarde adquiriu o restaurante Pátio da Rainha, situado na Rua de Camões.
O negócio não correspondeu às expectativas e, em 1989, Rocha Nuno emigrou para os Estados Unidos. Primeiro esteve em New Jersey, mas depressa se mudou para New Bedford, uma cidade costeira com uma forte implantação de luso-americanos.
Desses tempos “Jack” Nuno, como é agora tratado, recorda que partiu com a ideia de trabalhar na construção civil, mas logo que chegou, o amigo que o foi buscar ao aeroporto aconselhou-o a apostar na área da restauração. Havia apenas um senão, o português nunca tinha cozinhado.
Encontrou trabalho num restaurante New Bedford, mas permaneceu ali pouco tempo. Começou a ganhar fama de bom cozinheiro e ofereceram-lhe emprego num restaurante em Ludlow, onde era responsável pela cozinha e tinha “carta branca” para a preparação dos pratos.
Um inventor na culinária
Garante só sabe cozinhar à sua maneira, inventando pratos e combinando temperos, “que vão resultando bem”. Nunca tirou cursos de culinária nem se guia por livros e garante que as pessoas nunca se queixaram dos seus cozinhados.
O Primavera (nome escolhido por soar bem em português, mas também junto da comunidade italiana e americana residente naquela zona) surgiu há 14 anos e, desde então, tem vindo sempre a ser melhorado. O projecto começou por ser uma sociedade, mas passados dois anos, Rocha Nuno adquiriu a totalidade do trespasse. Dois anos depois comprou o prédio onde este se situa e, mais tarde, fez uma remodelação total no espaço. Entretanto, já comprou o imóvel ao lado, onde criou mais uma sala de refeições e fez um parque de estacionamento para os clientes.
O empresário português recorda que quando começou a trabalhar por conta própria nunca pensou alcançar tanto êxito. Actualmente o Primavera “está todos os dias cheio”, conta, destacando que, ao fim-de-semana, por exemplo, 80% dos seus clientes são americanos.
Alguns são regulares e outros fazem mais de uma centena de quilómetros para degustar as especialidades desta casa. “As pessoas sentem-se tão bem que chegam às 11h30 e saem às 2h00 da madrugada”, exemplifica Joaquim Nuno. O Natal é também uma época muito forte para a restauração, com a marcação de muitos grupos para almoços e jantares.
A forte clientela levou a que Rocha Nuno já tenha ampliado o espaço, criando uma outra sala. O restaurante prima por pormenores que atraem quem ali vai, como é o caso da decoração, tipicamente portuguesa, onde não faltam as telhas lusas e painéis de Óbidos, e a cozinha à vista, “que é muito valorizada pelos americanos”. Depois, o menu também não deixa dúvidas: para aperitivos o chef destaca as amêijoas à Bulhão Pato, pastéis de bacalhau ou queijo fresco com chouriço. Para a refeição, os comensais podem escolher entre camarão à Moçambique, costeletas na brasa, carne de porco à alentejana, bife à portuguesa e bife na pedra, bacalhau à marinheiro ou mariscada.
Acepipes que têm valido o primeiro prémio da Advocate Best of the Valley, readers’ poll, na categoria de restaurante português, nos últimos cinco anos. O responsável não esconde que a distinção é importante porque os americanos dão muito valor ‘avaliação por peritos e vão experimentar.
Rocha Nuno adianta ainda que não gasta dinheiro em publicidade. “É o passar a palavra que tem trazido mais pessoas”, afirma, destacando que possui uma carteira de clientes bastante vasta. Actualmente passa diariamente 12 a 14 horas a trabalhar e, apesar de ter duas cozinheiras, é por ele que passam todos os pratos ali confeccionados. A trabalhar consigo tem ainda mais 17 empregados, muitos deles em part-time, mas com a particularidade de serem todos portugueses.
“Neste momento sinto-me realizado”, conta à Gazeta das Caldas o cozinheiro nascido em A-dos-Negos, mas que ganhou “quase raízes” e prestígio na América, onde pretende permanecer. Contudo, continua a vir todos os anos a Portugal matar saudades.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt































tudo o k esta em cima referido e verdadeiro, so kem nunca la foi provar essas comidinhas a k nao sabe dar o valor aos cozinhados portugueses feitos pelo sr. rocha….ja la trabalhei e gostei muito do meio ambiente …mas o melhor e o molhinhos especial k ele faz ….jc