Cozinha francesa inspira ementa de jovem aspirante a chef

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A refeição de sexta-feira, 11 de Janeiro, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste foi de nota A, tal como as iniciais dos seus responsáveis. André Porta Nova foi o chef de serviço e a quem coube a tarefa de elaborar a ementa, Ana Santos teve ao seu cuidado a sala e André Martins foi o escanção.
O jovem estudante de 17 anos, natural de Santarém, criou uma ementa inspirada na cozinha francesa, que cresceu a ver na televisão confeccionada pelos grandes chefs. Para entrada, a posposta foi ovo escalfado em vinho tinto, cebolinhas e creme de cogumelos, acompanhado por vinho verde rosé Conde Vilar, uma aposta do escanção na originalidade, ao invés de se cingir a um vinho verde.
A escolha para a sopa recaiu num caldo de amêijoas com legumes e espuma de coentros, enquanto para prato de peixe André Porta Nova apostou numa truta com molho de vinho branco, espinafres e agrião, que foi acompanhado por um vinho branco Quinta de Ortigão. Pé de porco recheado com mousse de frango e avelãs, acompanhado de puré de batata e alecrim e espargos grelhados foi a proposta de prato de carne e, para terminar, um “petit-gâteau” em cama de caramelo com redução de champanhe e gelado de morango, que foi acompanhado por um vinho licoroso espanhol, do género xérès sherry.
Entre os pratos que confeccionou, com a ajuda de dois colegas, o maior desafio de André Porta Nova  foi a pata de porco recheada com mousse de frango e avelãs, devido ao tempo que demora a cozinhar e que teve que começar a preparar no dia anterior. “É o mais trabalhoso de todo o menu”, disse, porque a pata de porco tem que cozer durante uma hora e meia para ficar tenra e a mousse de frango tem que ser passada por uma rede fina para tirar as impurezas e ficar mais sedosa. Ainda assim, e apesar de ser o mais complicado, foi também o que mais prazer lhe deu fazer.
Esta foi a primeira experiência prática do estudante de cozinha na escola das Caldas, depois de ter feito os dois primeiros dois anos do curso em Santarém. Destaca que as instalações são melhores que as da Casa do Campino, o que permitiu a confecção de pratos que antes não tinham possibilidade de fazer, como foi o caso da espuma de coentros, que necessita de um cinfão (instrumento que é utilizado para fazer a espuma ao introduzir uma cápsula de dióxido de carbono).
O gosto pela cozinha foi adquirido em casa, com os cozinhados feitos pela avó e pela mãe, assim como a ver o desempenho de chefs em programas televisivos. Foi também em casa que começou a pesquisar e ganhou o gosto pela cozinha francesa que agora põe em prática e tenta inovar. E, com firmeza, André Porta Nova diz que o seu futuro já está definido. “Quanto acabar o curso quero ir para Inglaterra, onde tenho grande parte da família, para prosseguir estudos ou, se não conseguir, tentar entrar no mercado de trabalho na área da cozinha”, onde pretende vir a ser um chef.
A chefe de sala da passada sexta-feira foi Ana Santos, de 17 anos, natural de Alcobaça. A frequentar o terceiro ano de restaurante, considera que esta primeira experiência foi muito positiva e que o serviço “ficou bem feito”. O sonho de Ana é ter um hotel e foi frequentar o curso para adquirir experiência, que quer complementar com uma especialização em gestão hoteleira.
A frequentar o curso de restaurante/bar, André Martins, de 21 anos, foi o escanção do dia. Natural de Sintra, o jovem desde pequeno que gosta muito de música e de bares e tentou arranjar uma profissão que o ligue a esse universo. André Martins não pensa prosseguir estudos na universidade, mas não põe de parte a possibilidade de tirar um CET (curso de especialização tecnológica) ou uma especialização. O jovem também não excluir a possibilidade de emigrar, talvez para Inglaterra.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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