António Hilário Feliciano, 56 anos, começou a cultivar o gosto pela Gazeta das Caldas através da sua mãe que, durante 20 anos, recebeu semanalmente o nosso jornal. Mas após o falecimento desta, o leitor não quis desprender-se do jornal e tornou-se, há cerca de três semanas, ele mesmo, assinante da Gazeta.
Ainda antes da mãe de António Hilário Feliciano ser assinante, já este tinha tido uma ligação à Gazeta porque no início da década de 70 trabalhou no jornal na qualidade de tipógrafo. “Não gostei muito da escola. E na altura quem era tipógrafo, tinha um futuro garantido e resolvi ir para lá”, disse.
Era ainda um adolescente. Tinha apenas 17 anos, mas mesmo assim assumiu um cargo de grande responsabilidade. “Por exemplo, se eu faltasse ao trabalho, a Gazeta atrasava-se ou podia mesmo nem sair”, afirmou o assinante. Trabalhou no jornal durante três anos. “Foi bom. Começava logo à segunda-feira a compor as páginas e à quinta-feira à noite dobrava-se o jornal e colocava-se a cinta para depois entregar nos correios. Ia lá com os molhinhos e tal”, contou.
A seguir, António Hilário Feliciano deixou a tipografia e foi ajudar o pai, que era proprietário de uma taberna. Mais tarde, foi trabalhar para a Secla, onde esteve durante oito anos. Agora, regressou à actividade comercial, e abriu um bar, precisamente no dia 5 de Outubro, denominado Cristy, em homenagem ao nome da mãe, Cristina.
“Também me tornei assinante para que os clientes possam aqui ler o jornal. Mas antes, já o comprava todas as semanas”, declarou o leitor, natural da Ribeira dos Amiais (Alvorninha).
O assinante não é esquisito. Afirmou convictamente que aprecia tudo o que aparece no jornal. “Todas as secções me interessam. Gosto muito de ler aquela última página… onde está o Zé Povinho. E também gosto das cartas dos leitores. Mas por vezes acho que as pessoas exageram um bocadinho”, disse. “Costumo ler, com alguma satisfação, as empresas familiares. É importante dar a conhecê-las e ver o que elas fazem para a região”, acrescentou António Hilário Feliciano.
Porém, há sempre uma rubrica que se aprecia menos e, neste campo, o assinante confessa que o suplemento do Desporto não lhe desperta muito a atenção. “Gosto de deporto, mas não ligo muito a essa parte. Mas tem interesse. Pelo menos para ver notícias sobre o Caldas SC, se perdeu ou não”, declarou o assinante.
E o que gostaria de ver mais na Gazeta? “Tudo o que seja inovação é bom, mas julgo que está bem assim. É um jornal da nossa região. Tem notícias importantes e é suficiente para sabermos o que se passa na nossa cidade”, respondeu.
Tânia Marques































