Cortém quer ter uma piscina fluvial

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Nascente tem água mesmo nos anos de maior seca e moradores vêem o potencial turístico

Moradores vêem potencial na mãe d’água, e querem aproveitar os recursos existentes

Em Cortém, aldeia da freguesia dos Vidais, há uma mãe d’água que corre, dizem os populares, sem parar, mesmo nos anos de seca. Era ali que se ia buscar água para beber, era ali que se lavava a roupa e que, no verão, servia para uns refrescantes banhos.
Tinha uma bica, em madeira, por onde corria a água e formava-se um pequeno lago.

Atualmente o cenário não é esse. A vista para a capela e para a aldeia, a cerca de um quilómetro e meio, mantém-se, mas, com o chegar das bombas elétricas primeiro e do abastecimento público de água à aldeia, há 45 anos, o espaço foi sendo deixado praticamente ao abandono, com um tubo, por onde corre a água vinda da rocha de saibro, para um depósito que depois a leva, canalizada, para a fonte, a umas centenas de metros, essa reabilitada há uns anos pela Junta de Freguesia. Mas o Grupo Amigos de Cortém pretende revitalizar o espaço da nascente, tendo a ideia de ali criar uma zona de lazer, com uma praia ou piscina fluvial, que seria uma mais-valia para a comunidade, mas também em termos turísticos.

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Carla Ferreira frisa que é uma forma de aproveitar a água que corre para o rio e, daí, para o mar, sem ser aproveitada. “É um dos maiores bens”, aponta. Por outro lado, a criação dessa piscina fluvial poderia servir para abastecimento de helicópteros de combate a incêndios, nota. O terreno pertence à Junta de Freguesia. Acresce que Maria da Conceição Oliveira, proprietária de um terreno adjacente, está em processo de doação à Junta de Freguesia dos Vidais desse terreno para uso público, onde poderá ser criado um parque de merendas.

A ideia de potenciar este recurso é, também, do atual presidente da Junta de Freguesia, Rui Henriques, também ele de Cortém, ainda antes de assumir funções autárquicas. Depois foi mantendo o espaço, que estava inacessível com mato. Agora, esta ideia entra nas medidas do programa eleitoral que vai apresentar. Só que, lamenta o autarca, a capacidade da Junta em termos financeiros não permite avançar. Uma opção foi o Orçamento Participativo, “mas 10 mil euros é muito pouco para o que se pretende fazer ali”, explica.

O autarca falou com Rodrigo Amaro, que é geólogo e que foi o autor do projeto para a Quinta das Lágrimas do Orçamento Participativo, e surgiu-lhes a ideia de alargar e criar dois diques para ter uma piscina ou praia fluvial. “É um sítio maravilhoso e com muita história”, realça.

O autarca ainda não apresentou o projeto à autarquia porque está à espera da oficialização da doação do terreno, que deverá ocorrer a curto prazo. A partir daí é fazer um projeto e perceber os custos reais, num processo que tem muitas variáveis, desde logo, a análise das águas e do terreno, antes das obras.

O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, explicou que não conhece este projeto, mas mostrou abertura e disponibilidade para uma apresentação, no sentido de perceber a viabilidade do mesmo e de um possível apoio.

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