Bens alimentares entregues pelos caldenses foram recolhidos no CCC, na passada sexta-feira

Tiago Cação percorreu 1.800 quilómetros de bicicleta até chegar à cidade, numa Volta a Portugal com um intuito especial: recolher bens alimentares que serão distribuídos a trabalhadores do sector audiovisual que ficaram sem rendimentos durante a pandemia

A população das Caldas participou activamente na campanha solidária da União Audiovisual, um grupo de profissionais que se juntou no início da crise causada pela covid-19 para prestar auxílio a colegas de profissão.
Nos últimos meses, aquela iniciativa tem feito uma verdadeira Volta a Portugal, que parou nas Caldas na passada sexta-feira, para uma recolha de bens alimentares, que ficaram armazenados no CCC, para, depois, serem entregues a profissionais do ramo artístico que ficaram sem rendimentos durante a pandemia.
Um dos promotores do grupo, António Lemos, explicou à Gazeta das Caldas que há muitos profissionais do meio artístico “que não conseguem suprimir as despesas com o pouco rendimento que têm”, razão pela qual os colegas decidiram “ajudar”.
“O nosso propósito com esta iniciativa é que esses colegas paguem as despesas fixas com o dinheiro que têm e nós ajudamos com comida”, explica o responsável.
A União Audiovisual apoia, neste momento, um total de 150 profissionais, contando com vários pontos de recolha a nível nacional.
“Este tipo de acções representa muito para nós. Todas as recolhas são uma grande ajuda”, sublinha António Lemos, que chegou às Caldas na companhia de Ricardo Queluz. Juntos, já recolheram cerca de duas toneladas de alimentos.
Mas para que esta seja uma verdadeira Volta a Portugal, falta a bicicleta, que fica a cargo de Tiago Cação. Este antigo tour manager, natural da Figueira da Foz, não ficou indiferente aos apelos de colegas e decidiu pegar na bicicleta para, simbolicamente, dar o seu contributo à União Audiovisual, percorrendo o trajecto de recolha “às vezes atrás e outras vezes à frente da carrinha”.
“Não podia esquecer as pessoas que me ajudaram durante tanto tempo. Pessoas que viram o futuro cancelado, pelo menos, para os próximos dois anos”, lamenta o profissional, que até às Caldas percorreu 1.800 quilómetros em duas rodas.
“Estava a precisar de desconfinar e emagrecer um pouco. Como já tinha decidido fazer a Volta a Portugal durante as férias, acabei por antecipar os planos”, diz Tiago Cação, de 36 anos, que das Caldas seguiu para a Ericeira. Pela nacional…

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