As farmácias da região estão a tentar servir o público da melhor forma, tendo em conta as medidas de restrição. Há uma forte aposta nas entregas em casa, encomendas on-line e já há linhas telefónicas para esclarecer dúvidas e fazer encomendas de medicação.
A Farmácia Rosa, nas Caldas da Rainha, está a apostar nas entregas ao domicílio. Segundo a directora-geral do Grupo Correia Rosa, Catarina Tacanho, já foram feitas desde dia 16 de Março “mais de 150 entregas presenciais a casa dos clientes, sendo este serviço sujeito a taxa”. Há também um serviço de pick up, em que a pessoa encomenda, paga (preferencialmente) e depois é só recolher. “Tira uma senha própria que tem prioridade sobre as outras”, explica a empresária.
Na Farmácia Rosa o atendimento ao público em geral é feito através de dois postigos e há um terceiro que se destina para este novo serviço. Segundo Catarina Tacanho, nas outras farmácias do grupo – a Caldense e a de Santa Catarina – o atendimento também é feito por postigo. A responsável referiu, ainda, que vai ser implementada uma linha de apoio telefónico para esclarecimento de dúvidas relacionada com medicamentos (telefone e whatsapp).
“Conseguimos reiventar formas de chegar onde é preciso, isto é, à casa dos clientes”, nota Catarina Tacanho, chamando a atenção para o facto de os farmacêuticos e técnicos serem “profissionais de saúde que estão na linha da frente, sujeitos a contaminação”.
Sem deixar de referir que os médicos e enfermeiros “trabalham incansavelmente numa situação limite todos os dias”, a empresária acrescentou que as farmácias “estão de pé, a evitar que os doentes cheguem ao hospital, prestando cuidados de saúde a distância, e aviando a medicação para que não falte nada!”
A directora geral deixou, ainda, o conselho para que a população não ande na rua, a não ser em caso de estrita necessidade, e alertou também para o facto do uso do dinheiro vivo ser uma forma de eventual contaminação. Aconselha, por isso, o uso de MBway, uma solução que permite realizar compras on-line, assim como em lojas físicas.
Também a Farmácia da Senhora da Ajuda, em Óbidos, se direcciona para as entregas domiciliárias. José Ezequiel, director técnico e proprietário daquela farmácia, contou que tentam “a todo o custo” que os clientes, “sobretudo os mais velhos, fiquem nos seus lares e não saiam!” E até fomenta a que sejam os filhos a fazer os pedidos de medicação para os seus familiares. Neste momento, já são entregues medicamentos diariamente em 10 a 12 casas de clientes obidenses que necessitam de medicação por aquela farmácia.
Até à passada terça-feira, José Ezequiel ainda mantinha a porta da sua farmácia aberta “mas só entra um cliente de cada vez”, disse. Além do mais, há a delimitação das zonas de passagem. Este responsável também alertou para o uso de dinheiro vivo, que pode ser fonte de contaminação, aconselhando, sempre que possível o uso de multibanco ou de Mbway, deixando a sugestão de que venha a existir uma ligação ainda mais efectiva entre os Centros de Saúde e das farmácias, o que seria útil sobretudo no caso dos doentes crónicos.
O director técnico também referiu que o movimento “Nós vamos” tem dado “um apoio importante à população”.
Por seu lado, Alexandra Martins, directora técnica da farmácia Franca, no Bombarral, deu a conhecer que aquele espaço alterou o seu horário e está também fazer as entregas em casa. No entanto, chama a atenção que muitos clientes continuam a preferir deslocar-se ao espaço físico, colocando a vida em risco desnecessariamente.
De momento o atendimento é feito por postigo e a equipa da farmácia foi dividida em duas para assegurar atendimento.
Alexandra Martins nota também que há alguma mal-estar por parte dos clientes dado que, por restrição de stocks, a Farmácia apenas pode vender uma embalagem de medicamento. Além disso, considera que está a ser feito “um bom trabalho entre o município do Bombarral, o centro de Saúde e as farmácias locais”, sublinhou aquela responsável.
Criada linha telefónica para encomendar medicamentos
Quem necessitar de medicamentos agora pode ligar 1400, de qualquer rede móvel ou fixa, e fazer a sua encomenda. As chamadas são gratuitas, numa iniciativa da Associação Nacional de Farmácias (ANF) que já está em funcionamento, no continente e ilhas. A linha telefónica gratuita garante o acesso a medicamentos com aconselhamento farmacêutico 24 horas por dia e também propõe várias modalidades de entregas ao domicílio, garantidas em todo o país.
Segundo nota de imprensa, o 1400 é recomendado às pessoas que, pela sua idade ou condição de saúde, se devem abster saídas à rua. O centro de atendimento dá prioridade à satisfação dos pedidos de doentes crónicos e pessoas com mais de 60 anos. A linha pode ainda ser usada para planear visitas à farmácia. Este serviço 1400 pretende garantir aos cidadãos que terão à sua espera, na farmácia da sua preferência, os medicamentos e produtos de saúde de que necessita. “As farmácias montaram em tempo record um serviço farmacêutico telefónico de abrangência nacional. Todos devemos evitar sobrecarregar a linha com pedidos desnecessários, para ser possível responder de imediato às necessidades urgentes e das pessoas mais frágeis”, apelou Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF.
A escolha da farmácia caberá a cada cidadão. No entanto, o atendimento telefónico informa ao cliente quais as farmácias mais próximas e com os medicamentos disponíveis. Antes de libertar a encomenda, a farmácia escolhida contacta o utente para o esclarecer quanto ao bom uso dos medicamentos. Com estas novas práticas tenta-se evitar a grande afluência que se tem registado a estes espaços.
Até à passada terça-feira, dia 31 de Março, estavam encerradas duas farmácias no país devido a casos de infecção por covid-19 nos trabalhadores das suas equipas. No dia 23 de Março fechou uma farmácia em Vila Nova de Gaia e, no dia seguinte, outra no distrito de Bragança. Ao todo, a epidemia já levou ao encerramento de sete farmácias. Cinco já reabriram, após exames realizados aos respectivos funcionários.

































