Coronavírus:Voluntários já entregaram mais de 500 batas no Hospital

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(foto Carlos Barroso)

Mais de 500 batas, 300 cogulas (capuz que cobre a cabeça) e 35 pijamas cirúrgicos já foram entregues no hospital das Caldas da Rainha para ser utilizados pelos profissionais de saúde. Foram todos pagos e confecionados por voluntários, que integram um movimento solidário, criado há semanas e que envolve diariamente mais pessoas e já extravasa a região.

A ideia surgiu quando uma assistente social do hospital pediu à costureira Cheila Mendes para confeccionar algumas batas. O pedido pressupunha ainda que fossem baratas, pois seriam os próprios profissionais de saúde a pagá-las. Cheila resolveu pôr mãos à obra e, nesse mesmo dia, foi comprar os primeiros 50 metros de tecido e fez um apelo nas redes sociais, que tem tido muita receptividade. Pediu também ajuda às irmãs (We Mendes), que responderam afirmativamente, tendo ficado a Sónia com a gestão dos contactos e a Susana com as modelagens e cortes.

Começaram por confecionar as batas em Tecido Não Tecido (TNT) e,  entretanto, foi-lhes pedido que fizessem cogulas, pijamas cirúrgicos e macacões, estes últimos em algodão, que lhes é vendido por uma loja caldense a preço de custo. “Temos cerca de 60 pessoas a ajudar-nos na costura, mais de 100 contactos para costureiras, tudo em regime de voluntariado”, explica Cheila Mendes, acrescentando que já receberam mais de três mil euros em donativos, que se traduz na compra do material utilizado. Quem quer contribuir vai à loja e compra o tecido, que depois será utilizado nas confecções, “nós não mexemos em dinheiro”, realça a voluntária.

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Agora, nas Caldas a equipa confecciona sobretudo pijamas cirúrgicos em TNT, botas e cogulas, enquanto que uma equipa de Óbidos está responsável pelas batas. Em Pataias e no Cadaval há duas mini fábricas de confecção que estão a fazer os pijamas cirúrgicos em algodão.

Todo este material é entregue no hospital das Caldas, que depois distribui pelos seus serviços, centros de saúde e lares da região. A voluntária também já foi contactada pelo Hospital de Leiria, que tem falta de pijamas cirúrgicos e de outros locais, como Campo Maior e Torres Vedras, que lhe pedem indicações sobre os materiais a utilizar e como proceder para fazer o mesmo trabalho nas suas áreas.

Todo o trabalho executado tem o consentimento e aprovação do conselho de administração do CHO, relativamente aos materiais e peças. No entanto, nem sempre assim acontece e Cheila Mendes deixa um alerta para casos de burla relacionados com pedidos ajuda que circulam nas redes sociais.

A Cambraia Modas cedeu o espaço como sede, nas Caldas, e actualmente Cheila está na loja desde as 7h00 às 21h00, fazendo apenas um intervalo de meia hora para ir a casa ver as duas filhas. “Sei que isto é um bem maior e um dever cívico de ajudar aqueles que nos ajudam todos os dias. Sinto que estão exaustos e bastante preocupados com a sua segurança, porque não têm com que se proteger”, diz a voluntária que pretende continuar com o seu trabalho e apela à colaboração de todos. Para a passada quarta-feira estava prevista a entrega de mais 150 pijamas cirúrgicos.

 

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