Caldas tem primeiro infectado com Coronavírus

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A região encontra-se em estado de alerta por causa do Coronavírus. O surgimento do primeiro caso de infecção no concelho de Caldas da Rainha fez aumentar o receio generalizado da população. As empresas estão a trabalhar a meio gás e muitos habitantes estão de quarentena, procurando evitar o contágio. Nestes tempos de incerteza, ainda há espaço para boas notícias, nomeadamente as iniciativas solidárias que são levadas a cabo por entidades que pretendem prestar auxílio aos mais idosos.
Na cidade das Caldas, na quarta-feira, o cenário era desolador. Tirando algumas artérias principais, em que algum comércio ainda se mantém de portas abertas, as ruas estão vazias e há pouco tráfego automóvel. O receio do Covid-19 está a transformar por completo a face da região.

No distrito de Leiria apenas é conhecido um infectado com o Covid-19. Trata-se de um sexagenário, residente em Santa Catarina e que está internado em Lisboa. Os quatro bombeiros da Benedita, que o transportaram, por duas vezes, ao hospital, estão de quarentena. Estado de alerta condiciona serviços públicos.

Um homem de 67 anos, residente em Santa Catarina, é, até ao momento em que esta edição está a ser fechada, o único doente infectado por Covid-19 conhecido no distrito. O indivíduo sentiu-se mal no início da semana passada, tendo sido transportado pelos bombeiros da Benedita para o Hospital das Caldas, onde viria a ter alta. Dois dias depois, voltou a ser transportado, pela mesma corporação para o hospital, onde ficou internado e, depois, transferido para Lisboa, onde viria a ser confirmada a infecção pelo coronavírus.
Os quatro bombeiros que o transportaram estão de quarentena desde a passada segunda-feira. A decisão do delegado de saúde foi tomada após a confirmação da infecção. A restante corporação está a trabalhar, esclareceu à Gazeta o comandante, António Paulo. Este responsável referiu ainda que os bombeiros “estão algo ansiosos” em relação à pandemia, pois “socorrem toda a gente, inclusivamente casos que são de potencial risco”.

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CIDADE EM SUSPENSO

Na passada quarta-feira, a cidade das Caldas, tal como outras localidades do Oeste, apresentava um cenário poucas vezes visto. A pandemia tem transformado por completo a face da região. Apenas algum comércio mantém as portas abertas, o tráfego automóvel é muito reduzido e os cidadãos seguem as indicações para ficarem em casa.

16 DE MARÇO FICOU POR ASSINALAR

A cerimónia do 16 de Março que esteve prevista e que iria ter lugar junto ao monumento que assinala a data – da autoria de José de Santa-Bárbara – foi cancelada, devido ao risco de propagação do novo coronavírus, tal como aconteceu com a maioria das iniciativas previstas para a região. Em relação a esta data, a Câmara decidiu não realizar quaisquer iniciativas.

OESTE EM ESTADO DE ALERTA

Entretanto, com o alastrar do Covid-19, muitas foram as medidas que foram sendo tomadas durante semana por várias entidades. Os concelhos do Oeste tomaram medidas conjuntas para suspender o funcionamento das instalações municipais, como piscinas, pavilhões, bibliotecas, auditórios, galerias, mercados, feiras, lares, cine-teatros e centros culturais. Foram também suspensos os espectáculos, conferências e reuniões alargadas e condicionado o funcionamento dos serviços municipais. “Em cada um dos 12 municípios poderão ser implementadas medidas organizativas de prestação de serviço público mais adequadas ao actual contexto”, referiu a OesteCIM em comunicado.
No caso das Caldas, uma das uma das medidas de maior impacto foi a suspensão da venda na Praça da Fruta, em vigor desde a passada segunda-feira. O Toma viu a sua lotação reduzida em 50%, para possibilitar maior distância entre utilizadores, o mesmo acontecendo com a lotação do parque de caravanas da Foz do Arelho, a que se juntou o encerramento dos balneários e sanitários.
O CHO adoptou medidas “urgentes e imprescindíveis”, para protecção e segurança dos profissionais e dos doentes, entre as quais a necessidade de libertar espaços e deslocar profissionais para funções prioritárias. Estas permanecem em vigor até 9 de Abril e incluem a suspensão de toda a actividade clínica não urgente e clinicamente estável, como consultas externas, intervenções cirúrgicas, sessões de hospital de dia e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Prevista est,á apenas, a realização de actividade em casos clinicamente relevantes. Serão privilegiadas as consultas não presenciais.
O acesso às unidades hospitalares está limitado ao imprescindível, para prestação de cuidados urgentes e clinicamente inadiáveis ou acompanhamento de doente dependente. Ficam interditas as visitas aos doentes internados e em regime de urgência e a informação clínica relativa a doentes internados será fornecida por telefone.

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