
O quarto encontro desta família, natural do Casal Novo, na Ramalhosa, e que conta já com 93 descendentes diretos do casal Francelina e Rafael Santos, decorreu no passado domingo, na Ribafria
Francelina da Purificação Daniel (1912-1977) e Rafael Benevenuto dos Santos (1909-1983), ambos naturais da freguesia de Alvorninha, casaram e tiveram 15 filhos. A descendência foi-se multiplicando pelos netos, bisnetos e trinetos e, atualmente, são 93 os “Galos”, alcunha pela qual são conhecidos no Casal Novo e Ramalhosa e que resulta do facto de Rafael, filho mais novo do casal Santos e “menino de sua mãe”, ser bastante bonito e vaidoso. No passado domingo, houve reencontro.
O grande espírito de entreajuda e confraternização que sempre existiu no seio desta família numerosa levou um dos filhos, João Daniel dos Santos, a fazer uma reunião anual, com almoço, para reencontro dos Galos. A iniciativa começou em 2016 na coletividade da Ramalhosa com alguns familiares e foi crescendo nos anos seguintes, até 2018. A pandemia veio impossibilitar a realização dos encontros, que no passado domingo (31 de julho) foram retomados, com a maior participação, até à data: 71 familiares, entre filhos, netos, bisnetos e trinetos.
O quarto encontro dos Galos começou com a participação na missa, em Alvorninha, seguida de uma romagem ao cemitério, na Ramalhosa, onde se encontra sepultado o casal Francelina e Rafael. Seguiu-se um almoço e tarde de convívio num restaurante na Ribafria, que este ano foi organizado pelas netas Sandra e Bárbara Santos. “Estamos a manter a tradição. Como somos muitos e não nos encontramos regularmente, estamos a tentar, pelo menos, que isso aconteça uma vez por ano”, explicou Bárbara Santos à Gazeta das Caldas.
As irmãs organizaram ainda uma mesa simbólica da família, com a “mãe galinha” e o seu galo, juntamente com 15 pintos, e uma medalha, feita à mão, comemorativa do encontro.

Número cresce a cada encontro
João Daniel Santos, um dos filhos do casal e mentor destes encontros, não escondia a satisfação por voltar a ver a família reunida e, a cada ano, com novos membros. O mais recente, nasceu no mês passado. “É um orgulho pertencer a uma família tão numerosa, de 15 irmãos, ajudamo-nos uns aos outros”, conta, lembrando que foram criados com muitas dificuldades.
Nascido em 1939, João Daniel foi o quinto filho do casal de agricultores e só começou a frequentar o ensino primário aos 10 anos, porque antes a escola da terra estava fechada, o que também impossibilitou os irmãos mais velhos de aprender a ler e escrever. Atualmente aposentado, foi diretor de recursos humanos na Lisnave e também exerceu advogacia. Reside em Samora Correia, mas conta que há familiares espalhados por todo o país e também estrangeiro, que percorrem grandes distâncias para se juntar à família neste dia. É o caso da irmã, Adelina Daniel Oliveira, que vive na Alemanha há 51 anos e veio de propósito para o encontro. Reconhece que foi muito difícil conseguir estar presente, devido às greves nos aeroportos e que, inclusive, uma filha, chegou no domingo de madrugada. O mesmo aconteceu com um outro filho, que “não quis sujeitar-se a perder o convívio e veio de carro, com os filhos, para aquela que é a sua festa da família”, conta.
Adelina Daniel Oliveira destaca a importância do evento e, emocionada, manifesta que, “adorava que se mantivesse por muitos anos, organizada e com a participação dos nossos descendentes”.
A família Galo voltará a reunir-se no próximo ano, perpetuando assim o convívio entre aquela que será, seguramente, uma das maiores famílias do Oeste.






























