Contribuinte oferece toner às Finanças

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Um empresário caldense, confrontando com a escassez de toner na repartição de finanças da cidade, resolveu oferecer –lhe uma caixa para que as impressoras pudessem voltar a funcionar. “Foi uma doação. Não pedi recibo, mas gostava que pelo menos me devolvessem o IVA”, ironizou.
Miguel Próspero é o responsável nas Caldas da Rainha pela Era Imobiliário e estava na repartição de finanças da cidade no passado dia 7 de Agosto quando ficou intrigado ao ver os funcionários dirigirem-se com muita frequência para uma porta dos fundos e de lá regressarem com uns papéis na mão.
Isso explicava por que motivo estava a “apanhar seca” e nunca mais chegava a sua vez de ser atendido. Foi então que, em conversa com um funcionário, ficou a saber que a repartição de finanças das Caldas da Rainha só dispunha de uma impressora a funcionar porque não tinha toner (tinta) para mais.
O funcionário explicou-lhe que há já três meses que tinham pedido aos respectivos serviços centrais o envio do precioso produto, mas que até agora nada. Contingências da redução da despesa pública nos organismos do Estado.
“Isso levou-me a um misto de gargalhada e de choro”, contou Miguel Próspero à Gazeta das Caldas. “Então eles são tão exigentes com os contribuintes!… Se vamos pagar um minuto depois da meia-noite, já temos multa porque acabou o prazo, e depois nestas coisas não há exigência nem rigor?!”
Foi nesse momento que tomou a decisão de comprar uma caixa de toner e oferecê-la às finanças. Custou-lhe 66 euros e, depois de almoço, lá voltou para doar aquela mercadoria à prestimosa instituição. Que aceitou. Na pessoa dos funcionários, que agradeceram por poderem ter agora mais opção para imprimir os documentos.
Miguel Próspero diz que gostava de ainda poder receber o IVA. E também é certo que se tivesse pedido recibo pela doação ao Estado, e se lha dessem, poderia deduzir nos seus impostos, mas nem sequer tratou disso. Está entregue. Foi a sua boa acção. E brinca: “foi o meu contributo para a redução do défice, além de pagar os meus impostos certinhos, direitinhos e a tempo e horas”.
Gazeta das Caldas pediu um comentário sobre esta situação ao gabinete da ministra das Finanças, mas não obteve resposta.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

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2 COMENTÁRIOS

  1. foi sem duvida uma belíssima acção, este e outros exemplo, o voluntariado das instituições sem fins lucrativos ex. bombeiros e muita gente anónima que de qualquer forma contribui para o crescimento quer dinâmico quer cultural, não só desta cidade mas também pelo país vivo, que, por pesar meu está a ficar moribundo que país recebemos e no que ele se tornou, lamento não poder ter feito mais mas tudo foi feito por amor e dedicação (no meu caso á cultura ) que tanto falta nesta cidade e a ue ainda resta está nas ruas da amargura mas nesta cidade existe a rua da Fé da Esperança da caridade Fé e esperança que tudo volte ao bom caminho temos caridade não muito obrigado quero uma cidade nobre um país prospero

  2. O Sr. Miguel Próspero faria melhor pagar 1º as rendas que deve, em vez de fazer show off.
    Aliás, eticamente acho que as Finanças nem deviam ter aceite a oferta.