Conselho da Cidade reflete sobre o combate à pobreza

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Ana Costa Leal e Marina Ximenes, do Conselho da Cidade, querem fazer um retrato da situação e encontrar soluções eficazes para dar resposta a este flagelo

Perceber a realidade local, traçar um diagnóstico e refletir sobre as estratégias de combate à pobreza estão entre os objetivos do debate

Se alguém nos bater à porta a pedir ajuda quem devemos indicar? Esta é uma das perguntas para as quais o Conselho da Cidade procura resposta no debate que promove, sobre “Combate à pobreza – como e o que podemos melhorar?
O evento, agendado para 5 de maio, pelas 21h00, no auditório da Expoeste, contará com a participação do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, que irá abordar as estratégias de combate à pobreza e inclusão social; e da diretora do Centro de Emprego Oeste Norte, Célia Roque, que falará sobre o emprego enquanto pilar para a inclusão social. Marina Ximenes, do Conselho da Cidade, apresentará as conclusões do inquérito feito às instituições que estão na linha da frente na resposta à pobreza.
De acordo com a presidente do Conselho da Cidade, Ana Costa Leal, a pandemia e o aumento dos pedidos de ajuda suscitou a urgência deste debate. “Ao falarmos com várias pessoas constatámos também que havia um conjunto de entidades que estão na linha da frente e que se vêem com dificuldades acrescidas na capacidade de reposta”, explica a responsável, acrescentando que, atualmente, no concelho das Caldas são apoiadas cerca de três mil carenciados.

“Dar o nosso contributo de cidadania de que há preocupações e sobre o que podemos fazer para encontrar soluções”

Ana Costa Leal

“Da primeira vez que a pessoa aparece sai sempre acompanhada de um cabaz”

Marina Ximenes

Para perceber a realidade local foi criado um questionário com 14 perguntas, que depois enviaram a todos os centros sociais e paroquiais e instituições de solidariedade social do concelho. O objetivo é conhecer a realidade, mas também se as instituições se conhecem e cruzam dados entre si, para aferir se há uma entidade centralizadora no processo.
“É unânime em todas as instituiões que, da primeira vez que a pessoa aparece, sai sempre acompanhada de um cabaz ou com resposta à necessidade premente, mas se o utente continuar a ir tem de preencher um questionário com um conjunto de dados, sob pena de não ser mais ajudado”, resume Marina Ximenes.
Os bens entregues aos carenciados provêm maioritariamente do Banco Alimentar e as entidades têm de lhe fornecer, periodicamente, listas atualizadas dos seus beneficiários.
“A nossa ideia não é a de criticar, mas dar o nosso contributo de cidadania no sentido de pensar que há preocupações, entidades que se queixam de coisas que podiam ser melhoradas e o que podemos fazer para encontrar soluções”, conclui Ana Costa Leal, a quem caberá a abertura do debate. ■
fferreira@gazetadascaldas.pt

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