Conhecer os jardins de Lisboa – duas propostas a não perder

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Jardins de Lisboa

A pouco mais de uma hora das Caldas, quer em transporte individual como colectivo, Lisboa oferece-nos imensos pontos de atracção turística, tanto históricos como culturais.
Quisemos fazer uma visita pela capital e mostrar-lhe duas opções de como passar um dia diferente pelos espaços verdes do Jardim Botânico e assistir a um concerto do Coro e Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian.
Com a chegada da Primavera ou do Outono, o Jardim Botânico é dos locais da cidade mais bonitos para visitar. No Verão também a sua frescura sugere uma visita para fugir à canícula da capital.

Com 4 hectares de jardim no centro de Lisboa, este espaço organiza-se em duas áreas distintas: a parte superior onde se encontram sobretudo plantas com flor de pequeno e médio porte agrupadas por famílias e o Arboreto, zona em declive na encosta da sétima colina onde foram plantada as árvores de maior porte.
Foi exactamente por se situar numa das encostas da sétima colina da cidade que o Jardim Botânico foi integrado num dos percursos culturais de Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura e é um dos pontos turísticos mais atractivos para os turistas nacionais e, especialmente, estrangeiros.
Mas quem visita este espaço verde pode também ver importantes estruturas arquitectónicas e artísticas, nomeadamente estatuária referentes a personalidades que se evidenciaram pelo seu trabalho e desenvolvimento do Jardim, esculturas em pedra, escadarias, estufas e bonitos gradeamentos. No edifício das estufas estão ainda presentes exposições temporárias, onde se pode apreciar alguns aspectos particulares das plantas e obter informações sobre a sua morfologia, fisiologia, taxonomia, distribuição geográfica, etc.

Quando nasceu?

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O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa começou a ser construído em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, embora só tenha sido inaugurado em 1878. O objectivo principal deste espaço foi servir de complemento para o ensino e investigação botânicas da Escola Politécnica, que era na altura símbolo dos novos rumos de progresso social e científico que a revolução liberal trouxe a Portugal.
Hoje, o Jardim Botânico, para além de funcionar como meio educativo, tem um importante papel na conservação de plantas ameaçadas de extinção, bem como também uma componente de lazer e recreio que não deixa ninguém indiferente.
Quem passeia pelos jardins encontra em cada espécie uma placa onde podemos identificar a família a que pertence o exemplar e a espécie, assim como o seu nome vulgar e outras curiosidades.
Por 1,5 euros para adultos e 0,75 euros para maiores de 65 anos, estudantes e portadores do cartão jovem, com o bilhete das crianças grátis, este espaço verde no coração da capital abre as portas diariamente aos seus visitantes das 9h00 às 20h00 e ao fim-de-semana a partir das 10h00.
Quem preferir evitar a confusão do trânsito no centro de Lisboa pode ir de metro até à estação do Rato ou de autocarro, que pára em frente à entrada do Jardim pela Rua da Escola Politécnica ou no Príncipe Real. Os amantes do passeio, podem subir a sétima colina, que se estende entre o Cais do Sodré e o Rato e aproveitar para apreciar a bela vista da cidade, ou partir da Avenida da Liberdade.

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

Também na Fundação Calouste Gulbenkian, na Praça de Espanha, pode encontrar um dos jardins mais emblemáticos do movimento moderno em Portugal.
Construído na década de 60 o Jardim da Gulbenkian tornou-se uma referência para a arquitectura paisagística do país, recebendo anualmente milhares de visitantes.
Visitar os jardins da Fundação é conhecer e contactar, num só espaço, com diferentes ambiências em vez dos tradicionais caminhos e canteiros dos jardins. São nos dadas a ver “micropaisagens” que nos são familiares, tanto a nós como à fauna silvestre que atrai.
Como disse Ribeiro Teles, um dos arquitectos paisagistas que projectou o Jardim “este jardim é uma sucessão de cenários, não existem pontos de fuga, existem cenários que se sucedem, construídos pela luz e pela sombra”.
Os visitantes podem percorrer quatro tipos de percursos, o de Luz e sombra, o percurso do Lago, das Orlas e dos Cheiros, onde podem desfrutar da vasta vegetação, das ribeiras que atravessam o jardim, da esplanada que contempla o jardim ou dos relvados que envolvem as crianças em brincadeira.
O Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian realiza ao fim-de-semana e durante a semana diversas actividades para as famílias e escolas, que têm como objectivo permitir a exploração do espaço e a descoberta da sua fauna e flora.
“Experiências no Paraíso” é uma das actividades anual que crianças e adultos podem realizar e que consiste na utilização de malas de actividades com jogos, histórias e materiais para experimentar o jardim seguindo diferentes mapas e percursos.
Contactar com a natureza num dia que certamente será diferente da azáfama diária é a proposta destes dois espaços verdes que em comum têm a sua beleza e o prazer que proporcionam aos visitantes.
Para terminar o dia pode ainda assistir a um concerto ou exposição que a Fundação Calouste Gulbenkian promove regularmente.
De regresso às Caldas a certeza de um dia bem passado e mais rico cultural, espiritualmente e em ligação íntima com o meio ambiente, vão fazer parte da sua “bagagem”.

Ana Elisa Sousa

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