Conferência Vicentina masculina das Caldas está a celebrar 100 anos e a viver fase de rejuvenescimento. Dirigentes esperam que o projeto possa continuar
Hermínio Machado, 78 anos é o atual presidente da Conferência vicentina de N. Sra. do Pópulo. “Sou vicentino desde 2009”, contou o atual dirigente, no sábado, 18 de outubro, no evento que decorreu no Centro Paroquial das Caldas e que reuniu elementos das conferências e vários dirigentes nacionais de modo a celebrar os 100 anos de serviço deste grupo de leigos, ligado à paróquia caldense.
E o que faz uma conferência vicentina? “Distribuímos alimentos, roupas e bens por quem mais precisa”, disse o responsável, falando que o grupo outrora possuía outro dinamismo. “Chegámos a comprar uma carrinha para ir buscar alimentos ao Banco Alimentar e íamos depois fazer visitas aos pobres”, contou Hermínio Machado, explicando que nestas visitas faziam também tarefas como a limpeza da casa e ainda ajudavam a pagar renda e os medicamentos dos elementos das famílias.
“No total chegámos a apoiar 130 famílias”, contou o presidente que faz questão de agradecer a entidades que sempre apoiaram o grupo, como a Escola de Sargentos do Exército (ESE), que contribui com dádivas de alimentos para o grupo distribuir pelos necessitados. E também agradecem à autarquia pela cedência do espaço de armazém ao grupo, junto às antigas oficinas da Câmara, próximo do Centro da Juventude.
“Os muçulmanos também se dedicam à caridade”, comentou o presidente, acrescentando que contaram também com contribuições de pessoas de outros credos religiosos que ofereceram bens alimentares para a conferência distribuir.
O grupo vive hoje uma fase de renovação devido sobretudo ao envelhecimento dos poucos elementos que o constituem.
Segundo Hermínio Machado, a conferência vicentina masculina há muito que queria unir os dois grupos de caridade tornando-o misto. Enquanto que a conferência masculina está a celebrar 100 anos, a feminina – da Sagrada Família – está perto de celebrar o seu 90º aniversário.
Manuel Pereira é o vice-presidente do grupo vicentino. Tem 86 anos e conta que nem sempre é fácil de coordenar a ajuda alimentar e de distribuição de roupas e bens aos necessitados. E conta que há uma grande percentagem de imigrantes apoiados, são oriundos dos PALOP.
Este elemento, que viveu vários anos nos EUA, conta que é com gosto que auxilia o próximo e guarda muitas histórias de ajuda, a nacionais e estrangeiros, cujas circunstâncias de vida deixaram as pessoas em situações mais difíceis.
Ao todo, nesta conferência já foram 22 pessoas e hoje são apenas quatro elementos, mas estes ainda prestam uma importante ajuda a 30 famílias.
“Em tempos idos conseguiram-se até construir sete moradias, sempre em nome da caridade”, contaram os dirigentes que não querem fechar a porta da instituição. “Eu ficaria muito triste se uma conferência com 100 anos ficasse para trás”, rematou o presidente, Hermínio Machado. Ser vicentino, para o dirigente, é ter “no seu coração a caridade cristã, motivada pela fé. Alguém que se sente feliz por dar ao outro”, rematou.
Nuno Santos, presidente do Conselho Central da Diocese de Lisboa e que abrange as Caldas contou à Gazeta das Caldas que neste momento “procuramos o rejuvenescimento das conferências”. No total há 6800 vicentinos em Portugal distribuídos por várias conferências, inseridas na maioria das dioceses e apoiam perto de 167 mil pessoas . “Esperamos continuar a fazer este caminho na caridade de quem mais necessita”, disse o dirigente que veio às Caldas participar na conferência “A importância das Conferências Vicentinas na vida da Igreja” pelo padre Pedro Guimarães, que é o provincial das conferências vicentinas.
João Sobreiro, o pároco das Caldas, reconhece que 100 anos da conferência é motivo de celebração e agradece “o esforço e dedicação do grupo ao longo do seu percurso na caridade e ajuda aos mais necessitados”. Diz ainda que a revitalização desta conferência vicentina “está em curso e que demorará o seu tempo”.


































