Conan Osíris foi a estrela do festival Impulso

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A actuação de Conan Osíris foi um dos momentos altos do Impulso que este ano teve como novidade a migração do Centro da Juventude (agora em obras) para vários espaços da cidade.
A sede do Festival foi no Parque D. Carlos, espaço que foi muito apreciado pelo público e pelas bandas que actuaram ao longo dos três dias. Além do intérprete do Festival da Canção, não faltaram artistas dos mais variados géneros musicais que fazem com que o Impulso possa, a curto prazo, colocar as Caldas na rota dos festivais de música do país. O evento durou três dias e foi assistido por 3000 pessoas, tendo custado 70 mil euros. A autarquia local contribuiu com 10 mil euros.

Impulso
No segundo dia de festival houve enchente de público no Parque | I.V.

O momento alto do Festival Impulso foi a actuação de Conan Osíris (nome artístico de Tiago Miranda) no serão de sexta-feira, 24 de Maio. Aos poucos, gente de todas as idades dirigiu-se para o palco Norte, instalado na tenda no Parque D. Carlos para aguardar pelo cantor do momento. O artista, trajado de negro com uma t-shirt e calções de boxe, acompanhado pelo bailarino João Reis, fez uma entrada fulgurante, cheia de ritmo e dando a conhecer ao público que a actuação nas Caldas era a primeira após a sua prestação em Telavive, na Eurovisão onde não foi selecionado para a final. Este facto não voltou a ser referido pelo artista, mais interessado em dar voz aos seus temas do último álbum, Adoro Bolos.
“Eu devia ter vindo estudar para a ESAD! É uma óptima escola!”, afirmou o cantor, que estudou arte e design em Lisboa. Conan deu a conhecer que já tinha actuado nas Caldas, em 2015, num evento de música rap e de dança que teve lugar na Capela de S. Sebastião. Questionou se alguém tinha estado nessa pequena actuação e recebeu respostas afirmativas. “O mundo dá voltas!”, exclamou.
Entre a plateia esteve gente de todas as idades, incluindo algumas crianças acompanhadas pelos pais, mas principalmente jovens e adolescentes que acompanharam os refrões das canções de Osíris. Uma das primeiras foi Borrego com gente a cantar bem alto “Eu é que sou borrego, borrego, borrego”. O cantor esteve quase sempre a dançar com movimentos provocatórios, atirando a língua de fora e dando a conhecer que a sua t-shirt lhe tinha sido oferecida por um amigo e que tinha inscrito em árabe Quem mata, quem mata quem?, verso da canção Telemóveis, que catapultou o artista para a fama.
E nem o início de um episódio de pancadaria nas primeiras filas estragou a festa pois o cantor, assim que se apercebeu que havia uma disputa, mandou parar o instrumental e afirmou, peremptório: “não quero aqui estrilho!! Vamos lá parar com isso! Estamos aqui para celebrar”. Restabelecida a calma, seguiram-se outras canções como Coruja, do seu álbum de estreia Música Normal de 2016, entre outras de Adoro Bolos (2017) como Sem Paciência ou Celulite. Foi com este tema que mais de dez pessoas da plateia foram convidadas para saltar para o palco e dançar. Seguiu-se o tão esperado Telemóveis que fez o público vibrar e cantar em uníssono com o artista. Para fechar, Osíris entoou o tema QMD com a toda gente a acompanhá-lo no refrão “Quem me dera que fosses para o c….!”.
“Caldas merece um festival de música no Parque”

Esta foi a terceira vez que Marlene Siopa assistiu “com todo o gosto” a um concerto de Conan Osíris. “Acho que a voz dele está incrível, os seus movimentos e a forma como ele canta…é tudo muito bom!”, disse a jovem, alcobacense que considera que o artista “transcende barreiras de género e de estilos”.
Apesar de gostar do Parque, a jovem lamenta que se tenha perdido o aspecto intimista que os espaços do Centro da Juventude proporcionam às actuações no festival Impulso.
Para João Neves, um jovem de 24 anos que assistiu ao concerto, Conan Osíris esteve com grande à vontade em palco, mas apreciou também a actuação dos Sensible Soccers e acha que a mudança para o Parque é benéfica dado que as Caldas “merece ter um festival de música no parque e desta dimensão”.
Do Parque para o Algarve

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Nádia Schilling foi uma das cantoras que actuou no Impulso, tendo subido ao palco no segundo dia. A caldense apresentou o seu álbum Above the Trees neste festival, tendo convidado a participar o músico brasileiro Adriano Sintra do grupo Cansei de Ser Sexy. A artista destacou a boa organização do Impulso tendo salientado que os dois palcos a funcionar alternadamente “evitam longas esperas entre os artistas”. Após a actuação no Parque, a cantora e sua banda partiram para o Algarve para tocar em Faro e em Sagres. A artista, que também compõe para outros cantores, está satisfeita com a boa recepção do seu álbum de estreia e deu a conhecer que o videoclipe do seu tema Kite, da autoria de João Pombeiro, tem ganho prémios em vários certames internacionais e inclusivamente marcou presença na exposição Wait, que esteve patente no Museu Berardo, em Lisboa.

 

Três mil pessoas em três dias de festival

A tenda que habitualmente alberga vários stands inerentes à Feira do Cavalo foi transformada numa estrutura com dois palcos para este festival.
À saída da tenda foram colocadas bancas de venda de merchadising do evento com t-shirts e sacos de pano, entre outros artigos.
Também no exterior vendia-se cerveja artesanal Musa, uma das patrocinadoras do evento no qual era vendido um copo não descartável, referente ao Impulso que era mantido pelos festivaleiros durante o evento (custava um euro). Depois bastava ir reabastecendo o copo durante a noite e, assim, evitar o excessivo lixo que este tipo de festivais habitualmente provoca. No final, quem quisesse poderia entregar o copo e reaver o seu dinheiro, mas a larga maioria quis levá-lo e guardá-lo como recuerdo.
Segundo Nuno Monteiro, um dos elementos da organização, a segunda edição do Impulso não poderia ter corrido melhor e no total o orçamento do evento foi de 70 mil euros (com um apoio da autarquia de 10 mil euros). N.N.

 

Igreja ao abandono ganhou nova vida

 

A Igreja do Espírito Santo, que estava ao abandono, tem vindo a ganhar uma nova vida e, com o festival, recebeu um novo… Impulso.
No primeiro dia do festival foram apresentados os resultados de duas das três residências artísticas. Surma, Tomara e Tiago Bettencourt trabalharam naquela igreja e aproveitaram os sons que foram recolhendo na sua estadia na cidade termal. O ruído da porta da igreja a abrir e a fechar e a música da fanfarra dos Bombeiros das Caldas nas comemorações do dia da cidade foram alguns dos exemplos. A outra residência artística foi de Fred Ferreira, Igor Jesus, João Pimenta Gomes e Pedro Geraldes.
Para o último dia, para o CCC, ficou reservada a apresentação do filme de Rui Major que resumia as residências. Seguiu-se o concerto do caldense Miguel Nicolau com Filho da Mãe, Egbo e Lama, também fruto de uma residência artística, mas esta nos Silos.
Na ESAD foram apresentados os filmes do festival doclisboa e na antiga Fábrica Bordallo Pinheiro estava um espaço de clubbing. O Impulso também passou pelo Parque D. Carlos I, CCC, Fábrica Bordalo Pinheiro e Igreja do Espírito Santo. Além dos mais de 40 concertos, das conferências e das exposições, este ano o festival teve residências artísticas que permitiram a produção de um património musical único. Nesta edição foram exibidos filmes do festival doclisboa, bem como produções premiadas realizadas por alunos da ESAD.

I.V. | N.N.

Impulso

A Igreja do Espírito Santo foi transformada em espaço cultural | I.V.

Concurso de bandas em Torres Vedras

 

O concurso de bandas do Oeste irá decorrer entre Julho e Setembro no Arena Shopping. As inscrições decorrem até 20 de Junho e os interessados devem enviar uma demo (formato áudio ou vídeo), uma fotografia e uma breve descrição da banda.
O júri – composto por Fernando Alvim, FF, Nuno Rodrigues e um membro da organização – irá escolher os oito finalistas que actuarão, entre 7 de Julho e 25 de Agosto, no terraço do centro comercial.
Podem concorrer grupos musicais que ainda não tenham trabalhos editados.
O vencedor irá actuar a 1 de Setembro e terá a oportunidade de gravar um EP de quatro músicas num estúdio profissional, bem como a edição de um videoclipe original e um photoshoot profissional com imagens recolhidas no concerto do final do concurso.
O regulamento do concurso e outras informações úteis estão disponíveis em www.arenashopping.pt/concursodebandas/.

I.V.

Impulso
As residencias artísticas foram uma das apostas da segunda edição do evento | I.V.

 

Impulso
Fora da tenda havia bancas com a venda de merchadising e bebidas | I.V.

 

 

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