Comissão quer auditoria às empregadoras de médicos

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As diferenças salariais e os conflitos laborais são algumas razões elencadas para a fiscalização que a comissão pede ao Governo.

A Comissão de Utentes do CHO quer que o Governo fiscalize as empresas empregadoras de médicos tarefeiros. Este pedido vem na sequência do “estado” da saúde em Portugal e da análise que a entidade fez sobre estas entidades empregadoras, nomeadamente sobre desde quando começaram a laborar e qual o tipo de trabalho que é desempenhado.
“Na opinião desta Comissão, a primeira medida a ser levada a cabo pelo Governo seria uma auditoria/ fiscalização às empresas empregadoras de médicos-tarefeiros.
“Estas empresas afiguram-se quais empresários de jogadores de futebol, controlando os médicos-tarefeiros, entrando em jogos de interesses entre o sector público e o sector privado da saúde (onde o sector privado tenta esvaziar o sector público, com práticas de concorrência sem qualquer pudor), usando-os como mercadoria”, denunciam. No documento enviado ao primeiro-ministro, refere-se ainda que esta situação é fonte de conflitos laborais, mal estar no local de trabalho e injustiças salariais, com consequências para um bom atendimento aos doentes.
Na missiva é também denunciada a atitude governativa, que mantém as cativações do orçamento do Ministério da Saúde no Ministério das Finanças, “com graves prejuízos” para a implementação dos projetos de saúde e deficiências no funcionamento do SNS. Questiona mesmo se o primeiro-ministro “está a passar um atestado de incompetência” às administrações hospitalares, que se vêem muito limitadas nas suas atuações.
Referindo-se à falta de médicos, fala da queixa dos médicos estagiários de não terem acesso às vagas nas especialidades e nas poucas vagas que existem para o curso de Medicina. “Não acham que estão a brincar com a saúde dos portugueses, ao colocarem acima desta, interesses corporativos e financeiros”, questiona a comissão de utentes.
Todos estes problemas levam a que a população do Oeste tenha “receio de acorrer às urgências e apanharem um médico-tarefeiro (das empresas), havendo muitos relatos de má-avaliação médica, má-prática médica, deixa-andar, acabando o povo por sofrer as consequências”, denuncia a mesma entidade. De acordo o seu porta-voz, Vítor Dinis, este comunicado foi enviado para o primeiro-ministro a 5 de setembro, e quatro meses depois de terem enviado uma moção do secretário de Estado da Saúde, sem que tivessem obtido uma resposta até à data.
Os representantes da comissão vão também reunir com os vários grupos parlamentares, a quem pretendem dar a conhecer o documento e pedir respostas.

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