Comissão denuncia descarga de esgotos para a lagoa mas SMAS dizem que a situação está resolvida

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Vitor Dinis e António Peralta junto à linha de água onde foi feita uma descarga de esgotos

A Comissão Cívica da Protecção das Linhas de Água e Ambiente denunciou, no passado dia 29 de Maio, uma descarga de esgotos domésticos no Rio Sujo, na zona das Águas Santas. A situação, que resultou do entupimento de um colector, já está resolvida, garantem os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS).

Vitor Dinis e António Peralta, porta-vozes da Comissão Cívica das Linhas de Água e Ambiente, dizem que foi feita uma descarga de esgotos domésticos no Rio Sujo há cerca de três semanas, tendo estes detritos também poluído o Rio da Cal, que segue para a Lagoa de Óbidos. Os dois responsáveis foram informados pelos moradores daquela área que, “indignados”, também apresentaram queixa na PSP, que tomou conta da ocorrência e foi ao local, nos dias 25 e 27 de Maio, explicou Vitor Dinis em conferência de imprensa.
Depois de se inteirar da situação, a comissão cívica interpelou a Câmara das Caldas, que garantiu que iria averiguar a origem do sucedido e resolver o problema. Mais tarde foi-lhes comunicado que “houve um erro nas obras que estão a decorrer no Bairro Azul”, ao nível do subsolo, e que iriam solucioná-lo. Contudo, para Vitor Dinis e António Peralta “apesar das garantias dadas, os rios continuam poluídos na zona de confluência”, verificando-se que “a água corre negra e com um cheiro nauseabundo”.
Contactados pela Gazeta das Caldas, os Serviços Municipalizados caldenses confirmaram a descarga de esgotos domésticos e explicaram que esta foi originada por um entupimento no colector municipal doméstico, no cruzamento entre a Rua Vitorino Fróis e a Rua Filinto Elísio. O problema foi detectado no final do dia 21 de Maio e a situação terá ficado resolvida três dias depois.
De acordo com os SMAS no final do dia 21 foi accionado para o local o veículo de limpeza e desobstrução de colectores para iniciar os trabalhos, seguido de acções de limpeza para remoção de areias e outros sólidos que estavam a causar obstrução no colector doméstico.
Embora na zona das Águas Santas continue o mau cheiro e a água escura, os SMAS garantem que a “descarga não continua e a situação está completamente regularizada”. Este facto deve-se aos sedimentos que ficaram “acumulados no leito e que conferem uma coloração mais escura e que poderá causar esse impacto visual”, explicam.
Ainda de acordo com estes serviços da autarquia, apesar de existir uma monitorização “assídua da rede por parte dos operadores”, não descartam a possibilidade de ocorrência de “situações pontuais” de roturas ou entupimentos, que originem anomalias semelhantes em qualquer sistema do género.
Estão também a ser implementados sistemas de alerta que permitem, em tempo real, detectar descargas, nomeadamente em estações tratamento, estações elevatórias de águas residuais e descarregadores de tempestade “permitindo assim uma actuação quase imediata por parte dos nossos serviços”, esclarecem.

Aspecto do Rio da Cal no dia 29 de Maio, dias depois da situação ter sido solucionada
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