Comissão de Utentes do CHON divulga Carta de Intenções

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A carta de intenções diz que o termalismo deverá ser encarado “numa perspectiva de relançamento económico da região”

A recentemente constituída Comissão de Utentes do Centro Hospitalar Oeste Norte, que junta cidadãos, profissionais de saúde e representantes de diversas entidades caldenses, divulgou na passada semana a Carta de Intenções, onde define as suas linhas de actuação. Um documento elaborado a 18 de Abril e que o grupo divulgou na página “Juntos pelo nosso hospital”, no Facebook.
Na missiva, o grupo defende que o sector da Saúde é “essencial” na sociedade portuguesa, e “particularmente nesta área geográfica da região Oeste, na qual Caldas da Rainha assume o papel de centralidade urbana”.
Apesar de compreender a “necessidade de racionalização dos custos com a Saúde”, bem como “o momento difícil do país”, a comissão diz não entender “a desarticulação dos cuidados hospitalares da região”.
Olhando para o mapa, e para as populações servidas pelos hospitais de Loures, Vila Franca de Xira, Santarém e Leiria, o grupo diz que “sobra no Oeste uma vasta região geográfica habitada por cerca de 350 mil habitantes” que é actualmente servida pelos hospitais de Caldas, Alcobaça, Peniche e Torres Vedras, “cada um deles com as suas limitações”. Uma área que “justifica amplamente a existência de um Novo Hospital servindo todo o Oeste”.
Enquanto a conjuntura não permitir este investimento, “as instituições actuais e a identidade das sub-regiões devem ser respeitadas, mantendo cuidados hospitalares adequados”, defende a comissão de utentes. Neste contexto, e “sendo Caldas da Rainha o principal centro de cuidados hospitalares da região Oeste”, a comissão entende que o hospital local “não pode perder valências que determinem perda de diferenciação e nomeadamente as valências básicas de internamento”. Uma posição que, acreditam os membros do grupo, ganha ainda mais força se for levada em conta “a diminuição da área de atracção do Hospital de Torres Vedras em razão da entrada em funcionamento do Hospital de Loures”.O Hospital Termal o termalismo também não foram esquecidos. Para a comissão, estes devem ser defendidos “numa perspectiva de relançamento económico da região”, de olhos postos no Turismo e nas actividades relacionadas com a saúde e o bem-estar.
Independentemente da forma encontrada para explorar as águas termais, o grupo defende que “o Hospital Termal deve manter uma vertente assistencial clara no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”.
No cerne das preocupações da comissão de utentes estão não só os cuidados hospitalares, mas todas as vertentes do Serviço Nacional de Saúde que servem os caldenses e os habitantes dos concelhos vizinhos. Por isso, a Carta de Intenções reclama “a manutenção da qualidade assistencial e a existência de condições materiais e de recursos humanos” em toda a região.
Constituída na forma de comissão ad hoc no final de Março, a comissão pondera vir a criar uma associação “com personalidade jurídica que possa ser reconhecida como parceiro indispensável para a tomada de decisões estratégicas na área da Saúde respeitantes a esta área geográfica”. Enquanto isso não acontece, o grupo promete ir dando a conhecer o seu trabalho nas redes sociais e em assembleias abertas a todos os interessados.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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