Preocupações sobre a cor e cheiro nauseabundo dos dragados enviados para o mar foram já enviadas ao ministro do Ambiente
A Comissão Cívica de Proteção das Linhas de Água e Ambiente constatou, junto ao canhão expulsor dos sedimentos para o mar, um “cheiro nauseabundo, a cor preta dos dragados e a existência de várias partículas, supostamente altamente tóxicas”, refere o seu porta-voz, Vítor Dinis, que já mostrou a sua preocupação à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e ao ministro do Ambiente.
Em conferência de imprensa, promovida no passado dia 25 de fevereiro, o representante da comissão diz não ter dúvidas de que estão a ser enviados para o mar “dragados altamente tóxicos, cuja classe será superior a 3, colocando em causa a toxicidade das águas balneares na praia da Rio Cortiço”. Lembra que sempre discordaram do resultado das análises no Braço da Barrosa e questiona porque não estas não têm sido tornadas públicas, desde setembro do ano passado, nem constam do site da APA. “É um direito que assiste à comissão ter acesso ao teor das análises”, defende Vítor Dinis, lembrando que o ministro do Ambiente disse que, quinzenalmente, as análises seriam colocadas no estaleiro, na junta de freguesia e câmara.
O mesmo responsável especifica que “consta na ordem de trabalhos da intervenção que a APA é obrigada a monitorizar a extração dos dragados fazendo análises e tendo a certeza que não é superior a classe 2. Se o forem é proibido mandarem-nos para o mar, a curta distância da praia”.
A comissão quer agora ter acesso às análises dos últimos cinco meses e, com caráter de urgência, que sejam tomadas as medidas adequadas, sob pena de a exigirem que a intervenção no Braço da Barrosa “seja imediatamente suspensa”.
A Gazeta das Caldas solicitou informações à APA sobre se estão a ser asseguradas as análises no local das dragagens, qual a sua periodicidade e a razão pela qual as análises deixaram de ser afixadas no estaleiro. Questionou ainda como estão a monitorizar os dragados para o mar e em que tipo de classe se situam os sedimentos retirados na bacia da Barrosa, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. ■































