Encontra-se decorrer, até finais do próximo mês, uma intervenção por parte das Águas do Tejo e Atlântico, entre a zona do cais e o mar, na praia da Foz do Arelho, para proteger o emissário (ou exutor) submarino. Este é, na prática, um tubo que transporta as águas residuais tratadas da Estação de Tratamento de Águas Residuais por mais de dois quilómetros, para o mar e que está em funcionamento desde o ano de 2005.
Ao longo dos últimos anos, durante o inverno o emissário tem ficado visível e o município caldense tem vindo a tapá-lo, com areia retirada da Baía das Crianças, na praia da Lagoa. “Este ano a situação agravou-se, com o emissário a ter mais de 25 metros à vista”, explica o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, lembrando que a intervenção era para ter começado o ano passado, mas em outubro detetaram que havia necessidade de correção das cotas topográficas. Feito esse trabalho, a obra para criar uma “linha de defesa” entre a Lagoa e o emissário, iniciou há cerca de duas semanas. Trata-se de uma estrutura criada com areia e um material “amigo do ambiente”, que tem por finalidade estabilizar e resguardar o emissário das correntes, explica o autarca à Gazeta das Caldas.
Vítor Marques realça a perigosidade da situação, pois se o tubo ficasse em tensão devido à deslocação das areias, “podia em qualquer altura entrar em rutura”. Ainda foi avaliada a possibilidade de se “alterar a localização do próprio emissário, transpondo-o para mais perto da Avenida do Mar, mas para já a opção foi por esta solução, vamos ver como se comportam as marés porque o assoreamento da Lagoa naquela zona é muito grande”, concretiza o autarca.
A Câmara das Caldas recebeu a semana passada um ofício do gabinete da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, a informar que a governante “não tinha agenda” para receber o autarca nem para visitar o concelho. “Lamentavelmente, e depois de várias vezes solicitada, não temos oportunidade de ter uma reunião com a sra Ministra”, disse Vítor Marques, acrescentando que os problemas da Lagoa, nomeadamente relacionados com o assoreamento, são uma preocupação premente.































