O comandante da Escola de Sargentos do Exército (ESE), coronel João Pedro Barros Duarte, quer que o quartel das Caldas da Rainha passe a ter um oficial médico permanente, de modo a não ser necessário recorrer sistematicamente ao hospital caldense.
O pedido foi feito no discurso na cerimónia de abertura solene do ano lectivo, que este ano decorreu no grande auditório do CCC.
“Esta situação traduz-se em recorrentes idas ao Hospital das Caldas, com os inerentes custos financeiros associados, que poderiam em muitos casos ser evitadas, caso tivéssemos em permanência o tal oficial médico para realizar uma correcta triagem dos casos clínicos diariamente presentes na enfermaria”, explicou o responsável.
No seu discurso, Barros Duarte referiu que “os tempos são de mudança e novas transformações se avizinham”, exortando os novos sargentos a fazerem do seu futuro “um desafio exaltante que a todos mobilize”.
O comandante da ESE lembrou o papel que esta escola tem tido, ao longo de sucessivas gerações, na formação de sargentos para “servir Portugal”.
A cerimónia foi presidida pelo Chefe de Estado-Maior do Exército, general Artur Neves Pina Monteiro, e terminou com a atribuição da medalha de D. Afonso Henriques, 1ª Classe, ao presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa. Este galardão foi justificado
“pela pronta disponibilidade em acolher os vários eventos comemorativos do Dia do Exército de 2012 e a cooperação para o seu desenvolvimento ao longo de vários meses, as quais reflectem inequivocamente uma profunda e singular cooperação, entre o município e o comando do Exército”, disse o general.
126 novos sargentos do Exército
No ano lectivo 2011/2012 decorreu o 1º ano do 40º Curso de Formação de Sargentos, no qual terminaram com aproveitamento 126 alunos. Foram ainda ministrados, simultaneamente, três cursos de promoção, inseridos na qualificação ao longo da carreira de sargento, num total de 238 alunos.
Actualmente, decorre na ESE o 41º Curso de Formação de Sargentos e o segundo estágio técnico militar, num total de 76 instruendos alunos, que foram seleccionados num universo de 814 candidatos.
No âmbito do programa quadro de cooperação técnico-militar com Moçambique, a ESE mantém a responsabilidade da nomeação do respectivo director técnico, um oficial superior e um assessor, mantendo uma forte ligação a este país ao qual presta apoio à formação de sargentos das suas Forças Armadas.
A abertura solene incluiu uma lição inaugural, para o qual foi desta vez convidado um civil. A professora Isabel Xavier, presidente da associação Património Histórico, fez uma apresentação com o tema “Os Pavilhões do Parque na História das Caldas da Rainha: alguns momentos”.
O edifício, construído nos finais do século XIX para ser o novo Hospital Termal, “a que impropriamente chamamos ‘pavilhões’”, segundo a historiadora, nunca chegou a ser completamente finalizado.
“Os fins a que destinou diversificaram-se ao longo do tempo, servindo de guarida a várias instituições e vindo a ser útil para vários fins”, lembrou.
No entanto, a ocupação mais duradoura dos Pavilhões do Parque foi como quartel do Regimento de Infantaria 5, desde 1927 até 1953, quando foram construídas instalações próprias para o RI5, onde é actualmente o quartel da ESE.
No final da cerimónia foram entregues os prémios aos melhores classificados do 23º e 24º curso de promoção a Sargento-Chefe e do 1º curso de promoção a Sargento-Ajudante. Foram ainda entregues as cartas de curso, e cartas Europeia de Condução em Informática, aos 148 novos sargentos.
Para além disso, os alunos que mais se distinguiram durante o curso, receberam vários prémios.
Pedro Antunes
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