Cobus Ferreira recebido na Câmara das Caldas

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CMB_20150916_200075O investigador sul-africano, Ockert Jacobus Ferreira, esteve nas Caldas da Rainha no passado dia 16 de Setembro e foi recebido pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira com quem teve um reunião de cortesia e de troca de cumprimentos.
Ambos falaram da coincidência de ter o mesmo apelido, tendo o professor sul-africano referido que é descendente de um português de apelido Ferreira que no séc. XVIII sobreviveu a um naufrágio junto da cidade do Cabo e que depois aí ficou a viver, tendo ainda hoje numerosa descendência.
Falaram depois do livro “Viva os Boers!” escrito pelo professor, no qual relata o acolhimento dos refugíados Boers no princípio do séc. XX na região, em especial em Caldas da Rainha e de como este acolhimento foi importante para os cerca de 350 refugiados acolhidos na cidade de braços abertos e como ainda hoje a comunidade Bóer, e em especial os seus descendentes, estão agradecidos a todos os caldenses.
Cobus Ferreira, como é conhecido, é o autor do livro “Viva os Boers” que teve o mérito de pôr a descoberto um período particularmente interessante da história das Caldas da Rainha quando esta acolheu, entre 1901 e 1902, mais de 350 refugiados vindos do Transval e do Orange, estados boers da África do Sul que estavam então em guerra com o império britânico.
No seu livro (ver Gazeta das Caldas de 22/05/2015), o historiador sul-africano descreve com minúcia a forma como viviam os refugiados boers e de como estes se cruzavam com o quotidiano e os usos e costumes portugueses nas Caldas da Rainha.
Terá sido provavelmente durante a passagem dos boers pelas Caldas que pela primeira vez se realizou um jogo de rugby na localidade.
Cobus Ferreira, que desde 1970 já visitou Portugal 20 vezes, confessa-se um apaixonado pelo país, sabe algumas palavras de português e, apesar de reformado da universidade, continua a fazer investigação sobre os refugiados boers nos nosso país, estando neste momento a seguir o rasto de um destacado general desse tempo que viveu em Alcobaça.
Em 1901, além das Caldas da Rainha, o governo da época também encaminhou refugiados boers (vindos de Moçambique, para onde tinham fugido da África da Sul) para Alcobaça e Peniche.
O livro “Viva os Boers” foi traduzido do africânder pelo casal caldense Teresa e Vitorino Mendonça (que viveram na África do Sul) por iniciativa da bibliotecária Leonor Laranjeira, que recebeu também a visita do autor do livro há cerca de três semanas.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

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