
Em Setembro de 2016 Gazeta das Caldas noticiava que pelo menos 20 reservas de viagens tinham sido canceladas por falta de pagamento da agência Atlas Travel (que fechou portas nesse mesmo ano e se localizava no E. Leclerc). Nessa altura houve clientes reembolsados e outros que foram encaminhados para outras agências de viagens. A responsável era Nancy Penas.
Agora, Gazeta das Caldas tomou conhecimento que em Outubro de 2017, já a Atlas Travel estava encerrada, houve mais um cliente burlado a quem Nancy Penas ficou com 600 euros.
Anacleto Duque tem 50 anos e foi mais uma vítima nas mãos de Nancy Penas, antiga responsável pela agência Atlas Travel. Em Maio de 2016 o alcobacense reservou com esta agência uma viagem para as Canárias para Outubro de 2016. Ia com a sua companheira, numa viagem que era também de celebração do seu primeiro ano de namoro. “Tinha descoberto a Atlas Travel no Facebook e a Nancy Penas propôs-nos uma viagem para as Canárias. Aceitámos e correu tudo bem, mas hoje consigo ver que foi uma sorte porque depois vim a saber que já nessa altura a agência tinha problemas com reservas que não foram pagas pela Nancy”, explicou Anacleto Duque, que em Fevereiro de 2017 voltaria a contactar a responsável para marcar mais uma viagem para Outubro desse ano. Anacleto e a companheira tinham em mente celebrar o segundo ano de namoro em Cabo Verde, mas Nancy Penas sugeriu-lhes uma superpromoção para a Tunísia: 300 euros por pessoa com tudo incluído. Logo em Fevereiro o casal fez a transferência de metade do valor da viagem e em Julho foi contactado por Nancy Penas, que solicitou o pagamento dos restantes 300 euros.
“Recebemos um e-mail em que a Nancy pedia que fizéssemos a transferência com a máxima urgência possível porque ia encerrar a sua actividade e necessitava de acabar de pagar todas as reservas que tinha em mãos”, contou o alcobacense. Ao que parece, Nancy Penas iria mudar de emprego e queria regularizar todas as reservas em falta antes de encerrar a sua actividade. Nesse mesmo mês, o casal efectuou o pagamento de mais 300 euros, ficando o valor da viagem à Tunísia totalmente pago. Estavam descansados.
Contudo, no dia 29 de Setembro de 2017, já de malas feitas e prontos para embarcarem no dia seguinte, Anacleto Duque e a namorada recebem um e-mail em que Nancy Penas dá conta que não tinha pago aos operadores turísticos o valor das suas reservas. “Disse-nos que andava com problemas muito sérios com o banco, finanças, Segurança Social e outras pessoas a quem devia dinheiro. Que lhe tinham penhorado as contas, onde se incluíam as nossas transferências, mas que não nos tinha informado antes da situação porque achava que ia conseguir resolvê-la a tempo”, explicou o visado, que nesse mesmo dia reservou com outra agência – a Alcoa Viagens – uma nova viagem para a Tunísia.
TRANSFERÊNCIA FALSA
Como esta última viagem foi reservada apenas um dia antes de embarcar, o preço a pagar também foi superior. Em vez de 600 euros com tudo incluído, o casal gastou 940 euros em voos, hotel em regime de meia pensão e despesas com refeições. Foi este mesmo valor – 940 euros – que Anacleto Duque reclamou que Nancy Penas lhe transferisse. Esperou até dia 13 de Outubro, data em que a responsável disse que iria efectuar o pagamento e em que recebeu um e-mail com o comparativo da transferência. Mas logo depois, Anacleto Duque averiguou que o comprovativo tinha sido falsificado, não só porque o dinheiro não lhe caiu na conta nos dias seguintes, mas também porque o NIB Ordenante não pertencia a Nancy Penas.
Passados três dias, a 16 de Outubro, Anacleto Duque dirigiu-se à PSP para apresentar queixa contra Nancy Penas, mas até à data não foi chamado a depor. Em Novembro, a responsável da agência viria a pagar-lhe 320 euros e no mês seguinte mais 200, num total de 520 euros. “Esperei. Dei-lhe tempo que me pagasse os 520 euros em falta [para perfazer os 940], mas não vi mais dinheiro e por isso decidi comunicar a Gazeta das Caldas para alertar as pessoas”, disse o lesado, acrescentando que durante este tempo passou graves dificuldades por não ter dinheiro suficiente para pagar as despesas do filho – que se encontra a estudar na Madeira e esteve em risco de despejo por falta de pagamento da renda. Mais: “estive em risco de me separar da minha companheira porque sempre acreditei na Nancy Penas como uma pessoa credível, enquanto ela desconfiou da sua palavra desde o início”.
Não só Anacleto Duque e a sua companheira, mas também outro casal amigo (a quem os primeiros recomendaram a superpromoção à Tunísia) nunca chegaram a efectuar a viagem através de Nancy Penas nem a ver totalmente reembolsado o valor que lhe pagaram.
Gazeta das Caldas tentou por várias vezes contactar Nancy Penas, mas nunca obteve resposta.






























