O combate às alterações climáticas são um dos principais pilares de acção da OesteCIM que, para isso, está a desenvolver uma série de medidas e políticas públicas, num valor aproximado de um milhão de euros. A Maria, uma menina de nove anos, é a mascote da “luta” pela preservação do clima e será o rosto de uma forte sensibilização nas escolas e de projectos ao nível da mobilidade, eficiência energética e bioterritório, que pretendem tornar o Oeste como uma região de carbono zero.

No Oeste, até ao final do século, a temperatura pode aumentar três graus centígrados, cerca de 40% das terras vão estar em perigo de incêndio e mais do triplo das zonas junto ao mar corre risco devido à subida dos oceanos e erosão costeira. Números preocupantes que a OesteCIM quer combater. Para tal desenvolveu o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC), que custou perto de 169 mil euros e que estabelece várias medidas destinadas a reduzir emissão de gases com efeito de estufa, aumentar o consumo de energias renováveis e eficiência energética e utilizar a água de forma responsável e sustentada.
E porque considera que o exemplo deve vir de dentro, a comunidade intermunicipal já submeteu uma candidatura a fundos comunitários para tornar a sua sede num edifício verde. Ou seja, o edifício onde funciona a OesteCIM será requalificado através de materiais reciclados, evitando o consumo de inertes retirados das pedreiras de calcário e reduzindo assim a pressão sobre estas unidades de produção de materiais finitos. Será também feito o aproveitamento das águas sanitárias de lavatórios e bidés, através de drenagem para uma ETAR subterrânea, onde será feito o seu tratamento para posterior utilização nas sanitas. O projecto prevê também a instalação de painéis fotovoltaicos, reduzindo o consumo de energia produzida com base nos combustíveis fósseis.
“Queremos que este seja o primeiro edifício verde da região e que, de alguma forma, suporte e seja um exemplo para as construções a fazer no Oeste”, referiu Paulo Simões, primeiro secretário da OesteCIM.
Também a frota dos municípios irá mudar de veículos a diesel para eléctricos. Já foi feito um concurso internacional e estão a ser adquiridos, nesta primeira fase, 60 carros que serão depois entregues aos vários munícipios. “Será a primeira região do país a fazer um projecto em que os 12 municípios se suportam numa estratégia única de combater as alterações climáticas”, destacou Paulo Simões.
Está também a ser preparado um concurso público internacional para a colocação de carregadores de carros eléctricos em toda a região e outro para que os outdoors e muppies externos sejam alimentados por energias limpas.
Na região estão a ser substituídas todas as luminárias públicas por lâmpadas LED, com diminuição de emissões de carbono e eficiência energética. O projecto, denominado OesteLED, prevê a substituição de 68 mil pontos de luz tradicionais por lâmpadas LED.
De acordo com Paulo Simões o Oeste quer afirmar-se como um território de carbono zero. Um dos principais pilares estratégicos de crescimento e diferenciação da região passa por torná-la num bio território, com um turismo limpo, o sector agro-alimentar ajustado às preocupações ambientais e a redução da pegada de CO2.
Também a mobilidade deverá ser mais limpa, segura e conectada. Para isso, está a ser feito investimento ao nível dos passes sociais. A OesteCIM ainda está em negociações para diminuir o preço dos passes que quem vai do Oeste para a Área Metropolitana de Lisboa, mas Paulo Simões garante que até ao final do ano haverá decisões. O mesmo responsável diz que estão atentos à necessária modernização da Linha do Oeste e garantiu que a “pressão é alta” junto do governo para que o cronograma da obra avance.
“O presidente da OesteCIM [Pedro Folgado] tem liderado o processo para que a modernização da Linha do Oeste seja uma realidade cada vez mais concreta e não uma miragem como nos últimos 20 anos”, reiterou o primeiro secretário.
A mascote Maria
O PIAAC apontou que as crianças são o melhor veículo para passar a mensagem aos pais e avós e que são mais receptivas às problemáticas ambientais. Tendo em conta essa realidade, foi criada a Maria, uma “menina” de nove anos, que nasceu no Oeste, e que simboliza o combate às alterações climáticas. Ela aparece numa forma inicial com uma prancha de surf, tendo em conta que este desporto é um dos símbolos de atractividade da região mas, depois, haverá pormenores adaptados a cada concelho.
Mesmo antes do “nascimento” desta mascote, já a OesteCIM tinha começado o trabalho de sensibilização ambiental, em parceria com a Sociedade Novo Verde, junto das escolas oestinas com a atribuição de kits às crianças. Anualmente, e durante quatro anos, os meninos que frequentam o quarto ano de escolaridade, recebem o kit ambiental, envolvendo assim todas as crianças do ensino básico. A Maria irá agora às escolas para apresentar-se às crianças e continuar essa sensibilização. Nesta quadra natalícia a mascote irá aparecer nos vários eventos que se realizam na região.
Está também prevista a criação de livros para crianças e a criação de um hino para o combate às alterações climáticas.






























