Carlos Manuel Ferreira de Sá é o novo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), em substituição do médico cirurgião Manuel Nobre que se demitiu em Abril.
A nomeação foi conhecida através da publicação em Diário da República a 5 de Agosto e causou, quase de imediato, alguma contestação.
Em causa está o facto do Ministério da Saúde ter ido buscar alguém de fora dos três hospitais que compõe o CHON (Alcobaça, Caldas da Rainha e Peniche), mas também por uma alegada falta de experiência do nomeado.
O líder da Federação do PS de Leiria, João Paulo Pedrosa, em declarações à agência Lusa, disse estar surpreendido com a nomeação de Carlos Sá, cuja escolha considera uma desautorização do secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.
“O secretário de Estado tinha-me garantido que gostaria de ter uma solução de proximidade ao hospital aproveitando os seus recursos”, referiu o dirigente socialista, acusando o presidente da ARS, Rui Portugal, de ter desautorizado o secretário de Estado.
João Paulo Pedrosa admite tomar uma posição pública se constatar que na base da nomeação não estão “os superiores interesses da qualidade da gestão hospitalar do CHON, mas sim outros que ainda falta verificar”.
O vereador caldense Delfim Azevedo também afirmou que iria ficar atento ao desenrolar da situação, até porque acha que o secretário de Estado tinha uma outra solução que seria melhor para o CHON.
Para Jorge Sobral, adjunto do governador civil de Leiria, a boa notícia é que o conselho de administração demissionário foi finalmente substituído. “Acho que houve um prejuízo grande para a actividade hospitalar nos três concelhos que fazem parte do CHON”, afirmou. Principalmente numa altura crucial para tantos dossiers na área da saúde.
O socialista demonstrou a sua preocupação quanto à pessoa escolhida para este cargo, por poder não ter o perfil adequado “para tudo o que há a fazer no CHON”.
Jorge Sobral entende que teria sido melhor escolher alguém que já estivesse por dentro das questões relacionadas com o CHON e todas as suas especificidades. “Nós desejávamos um bom conhecedor da actividade hospitalar e com alguma sensibilidade”, disse.
A deputada Maria da Conceição, que continua à espera da resposta a um requerimento que apresentou na Assembleia da República sobre a demora da nomeação da nova administração, ainda não tinha tido conhecimento sobre o novo presidente quando questionada pela Gazeta das Caldas.
“Temos que acreditar que é alguém que tem competência para desempenhar este cargo”, afirmou.
Em funções desde 9 de Agosto, Carlos Sá preferiu não fazer comentários relativamente à polémica. A resposta aos críticos é feita indirectamente. Quando questionado sobre o facto de ter convidado um médico do Hospital de Torres Vedras para director clínico, respondeu que já liderou várias equipas e só se preocupa com a competência e não com o local de origem.
“O que é importante é que as pessoas abracem este projecto e tenham competências para corresponder às expectativas”, afirmou Carlos Sá.
Relativamente aos convites feitos a profissionais fora dos três hospitais do CHON para o conselho de administração, o socialista Jorge Sobral foi ainda mais crítico. Na sua opinião, não conhecer primeiro os profissionais existentes e convidar outros de fora é “começar muito mal”.
O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Portugal, também preferiu não alimentar polémicas. “O perfil do doutor Carlos Sá é um perfil adequado relativamente à gestão desta instituição”, defende.
Uma das maiores preocupações da ARS é a integração das três instituições que compõe o CHON e Carlos Sá “tem uma vivência em termos de gestão que lhe permitirá ter uma capacidade de liderança”. Rui Portugal deixou a sugestão de que dentro de um ano se avalie o trabalho feito pelo novo presidente.
Quanto às críticas do presidente da Federação do PS, referiu que quem nomeou Carlos Sá foi a ministra da Saúde e “estas coisas são conversadas com várias pessoas”.
Quem se mostrou mais incomodado com as dúvidas colocadas foi o assessor de imprensa da ARS, Pedro Coelho dos Santos. O também presidente da concelhia do PS de Sobral de Monte Agraço, não se coibiu de criticar os jornalistas por estarem a questionar o currículo de Carlos Sá.
Com um bacharelato em Análises Clínicas e Saúde Pública e uma licenciatura em Gestão de Empresas, Carlos Sá trabalhou na Abbott Laborários durante 15 anos (onde chegou a director de marketing e vendas, tendo saído em 2007).
Nos últimos dois anos trabalhou como consultor no sector da saúde, “particularmente com empresas na área do diagnóstico”, e como coordenador dos programas da saúde da Universidade Nova (Nova Forum).
Actualmente está também a frequentar uma licenciatura em Medicina Tradicional Chinesa.
Desde segunda-feira no CHON
A primeira vez que Carlos Sá entrou no edifício da administração do CHON, nas Caldas da Rainha, foi na passada segunda-feira, pouco antes das dez da manhã.
Carlos Sá chegou acompanhado do presidente e do assessor de imprensa da ARS e daquela que deverá vir a ser futura vogal executiva (embora ainda não tenha sido confirmado até ao fecho desta edição).
Ocupado durante todo o dia com sucessivas reuniões e visitas aos serviços, o novo presidente aceitou falar com os jornalistas locais.
No entanto, salientou que só agora se irá inteirar dos dossiers. Para já, irá dar continuidade ao Plano de Actividades e Orçamento elaborado pelos seus antecessores.
O responsável promete que irá trabalhar em conjunto com os profissionais do CHON, a população e com as forças vivas da região.
A composição dos restantes membros do conselho de administração do CHON só deverão ser conhecida na próxima segunda-feira. Durante esta semana o presidente do Centro Hospitalar terá também visitado os hospitais de Peniche e Alcobaça.
Carlos Sá conhecia o Oeste apenas de visita, tendo algumas vezes passado férias em São Martinho e Peniche. Natural de Tomar, habita actualmente em Lisboa.
Arquitecto do CCC projecta ampliação do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha
A equipa do arquitecto responsável pelo Centro Cultural e de Congressos, Ilídio Pelicano, está a elaborar o projecto de ampliação do hospital das Caldas da Rainha. Segundo o presidente da ARS, o projecto deverá ser apresentado até ao final deste ano.
O projecto anterior de ampliação não será aproveitado porque “é substancialmente diferente”. Será feito um projecto completamente novo e poderão ser feitas alterações em relação à localização dos novos edifícios.
Rui Portugal anunciou ainda que o projecto de relançamento do termalismo continua em marcha. “Neste momento o novo conselho de administração tem que se operacionalizar com o que já foi feito”, disse o responsável. Enquanto isso, a equipa que está a elaborar o estudo de relançamento continua a trabalhar e o presidente da ARS espera ter novidades até ao final do ano.
































Farta de “gestores” da casa estamos nós. Pode ser que este tope os vícios e manhas de que os hospitais do CHON estão cheios, Nada melhor que venha gente de fora para verem a tourada de bancada, já que quem está (e tem estado) na arena não a consegue ver bem. Por esta notícia se vê bem que o CHON é o Hospital de Caldas,ou seja o hospital de S.Puxa (cada um aos seus interesses), Alcobaça e Peniche serão o “lixo” e o “esgoto” ?
Arquitecto do CCC projecta ampliação do CHCR ?
Por este pequeno detalhe se vê que o CHON é só Caldas da Rainha ! Ou será que o CHCR vai ser reactivado quando Alcobaça e Peniche saírem do CHON ? Na realidade Caldas deveria estar orgulhosamente só. Alcobaça e Peniche só vieram estragar a festa com aquela mania de que são terras de gente trabalhadora de campo e mar !