Depois de dois meses de confinamento, as aulas presenciais recomeçaram na passada segunda-feira (18 de Maio) para alunos do 11º e 12º anos, cujo exame conta para a média de entrada no ensino superior. As escolas implementaram um plano de contingência, assente no distanciamento social e no uso de materiais de protecção, de modo a garantir a segurança dos alunos, professores e funcionários, durante este período, que decorre até 26 de Junho. Trata-se de um novo desafio numa comunidade escolar em constante adaptação.
À entrada da escola, os funcionários borrifavam as mãos dos alunos com gel desinfectante, entregavam máscara a quem não a trazia de casa, e indicavam o caminho que estes deveriam percorrer até à sala de aula. Foi assim na manhã de segunda-feira (18 de Maio) nas escolas secundárias das Caldas e de Óbidos, e terá continuidade nos próximos tempos, de modo a permitir que professores, alunos e funcionários estejam em segurança enquanto decorrerem as aulas presenciais.
Na Escola Secundária Raul Proença perto de 400 alunos iniciaram esta semana as aulas presenciais, leccionadas por cerca de 30 professores. Os estudantes têm um percurso marcado no chão, que devem seguir até às salas de aula, utilizando apenas seis das mais de 20 existentes em cada um dos blocos. As aulas começam às 10h00 e decorrem, no máximo, até as 13h10, com a sala adstrita apenas a uma turma e depois é desinfectada.
Os alunos do 11º ano, porque têm quatro disciplinas, vão à escola à segunda, quarta e sexta-feira, enquanto o 12º ano profissional, vai à terça e quinta-feira e uma outra turma do 12º ano, foi desdobrada, levando a que alguns estudantes tenham aulas à sexta-feira.
À Gazeta das Caldas, João Silva, director do Agrupamento de escolas Raul Proença, reconhece que não foi fácil a escola adaptar-se às contingências provocadas pela pandemia.
“Foi muito exigente. Tivemos de pensar como íamos organizar para dar segurança a toda a comunidade educativa, porque temos uma responsabilidade muito grande que corra bem e que essa imagem passe para os pais em segurança”, declarou. O responsável destacou ainda que os docentes chamados para dar aulas presenciais compareceram, “dando um voto de confiança no que a escola está a fazer”.
Durante este mês de funcionamento da escola haverá restrições, nomeadamente ao nível do bar, sala polivalente e refeitório, que se manterão fechados, e os alunos não sairão da sala durante o período de aulas. “O objectivo é reduzir ao máximo o perigo de contágio”, explica João Silva.
AULAS APENAS DE MANHÃ OU DE TARDE
O arranque das aulas presenciais obrigou a uma reformulação dos horários na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, de maneira a que os alunos tivessem aulas apenas de manhã ou de tarde, e poucos dias por semana. Os do 12º ano vão duas vezes à escola, enquanto que os do 11º, como têm mais disciplinas, vão três a quatro vezes. O número de alunos por sala foi reduzido, o que levou a que duplicassem as horas dos professores. “A carga horária foi reduzida a 50%, na maioria das disciplinas, e o professor faz uma abordagem mais teórica e programa actividades que serão feitas depois e casa e corrigidas”, explicou a directora do agrupamento, Maria do Céu Santos, destacando que, desta forma, os alunos também ganham maior autonomia.
A responsável refere que a grande polémica registou-se com a exigência do Ministério da Educação para que fossem leccionadas presencialmente as disciplinas de Inglês e de Filosofia, enquanto que o entendimento da maioria dos directores das escolas era o de que os alunos que não optaram fazer exame nacional a essas disciplinas, não teriam que ir à escola. “Isso vem aumentar bastante o número de alunos que vêm à escola, desnecessariamente, se a ideia era dar uma segurança acrescida aos alunos para a realização dos exames”, sustenta Maria do Céu Santos. Nesta escola havia turmas inteiras sem alunos a querer fazer exame a estas disciplinas.
Também nesta escola são cerca de 400 os alunos que frequentam as aulas presenciais e têm um circuito, que prevê a entrada por um portão e saída por outro diferente. A directora do agrupamento destaca o trabalho dos auxiliares, para que os “alunos quando entrem na escola sintam que estão em segurança”.






























