A apresentação das peças cerâmicas, de um mapa identificativo da zona urbana da freguesia e do livro “Rostos da freguesia” assinalaram o 94º aniversário da elevação das Caldas a cidade
Uma placa com Bairro das Morenas em letra manuscrita, lembrando os tempos de escola e rostos sem expressão a dar conta da multiculturalidade do bairro, complementada com azulejos com várias cores e que simbolizam a diversidade da freguesia foi a proposta da ceramista Umbelina Barros. Esta foi a primeira das três obras que integram o projeto “Entrada no Bairro”, apresentado na tarde do passado dia 26 de agosto, data que assinala a elevação das Caldas a cidade.
Logo após a ponte sobre a linha do comboio, encontra-se a obra de Carlos Enxuto, que dá as boas vindas ao Bairro da Ponte. Para a elaborar, o ceramista teve em conta o “corte umbilical” que a zona tem com a cidade e também a travessia diária que faziam os operários para se deslocar para as unidades fabris e locais de comércio. As letras são apresentadas num formato “muito mecanizado”, numa homenagem a esses operários e a peça tem um QR code que dá ligação à junta de freguesia e a mais informação.
No Bairro dos Arneiros está uma peça elaborada pela dupla Ana + Betânia. As ceramistas falaram com os habitantes para saber a história do bairro e para a base das letras criaram um areado, a simbolizar a areia e musgos, mas também as flores que nasciam naqueles terrenos áridos. Havia também algumas olarias, recordou Ana Cruz, orgulhosa por terem uma peça numa zona com passado ligado à cerâmica.
As comemorações são garantidas pelas freguesias urbanas, alternadamente, tendo este ano recaído sob União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. O seu presidente, Jorge Varela, começou por destacar que as Caldas é hoje uma cidade criativa e, como tal, tem de espelhar o trabalho dos seus artistas. As novas placas toponímicas vêm mostrar que “para além das obras de regeneração urbana existe arte e é isso que nos faz mais humanos, mais cidade”, salientou.
O projeto contou com a curadoria de José Antunes, diretor do Centro de Artes. De acordo com o responsável, foram convidados três ceramistas com raízes no território para produzirem as placas que, “por um lado têm o lado prático de identificar os bairros e, por outro, reforçam os laços identitários da comunidade”. Considera que foram intervenções “muito bem conseguidas” e que esta presença no espaço público pode ser replicada noutros locais, com diferentes autores.
Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, lembrou que os vários executivos conseguiram, ao longo deste quase século, continuar a contribuir para que as Caldas crescesse e desenvolvesse, sobretudo estes bairros agora homenageados e que, no passado, eram vistos como zonas pouco estruturadas e onde viviam as pessoas sem grandes rendimentos. “Temos procurado contribuir para a evolução do espaço público e sua reabilitação, mas mantendo a identidade de cada bairro”, salientou.
Mapas para conhecer a freguesia
Em dia de festa da cidade, foi também apresentado um dos quatro outdoors que ficarão na freguesia de Santo Onofre, com mapas da zona urbana da freguesia e a identificação (com fotografia) de 36 pontos de interesse entre a linha do comboio e a A8. Num dos lados do outdoor está um mapa real, enquanto que do outro é apresentado um mapa isométrico, que permite uma melhor orientação entre vários pontos da cidade. “Criámos três níveis de informação para facilitar a leitura: os azuis que identificam as escolas, os vermelhos que são pontos de interesse e a roxo as várias zonas comerciais”, explicou Pedro Marques, designer do mapa. Já o fotógrafo Nuno Conceição tentou colocar-se no lugar de alguém que não conhece a cidade e fotografou não as placas identificativas mas os locais mais emblemáticos desse ponto de interesse. ■

































