Cerâmica “malandra” para assinalar o Dia da Cidade

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“Por nos encontrarmos a celebrar o Dia da Cidade, permite que lhe sirva o seu café numa chávena de cerâmica malandra?”. Quem foi beber café ao Cocos Beach Club, situado na Avenida do Mar, na Foz do Arelho, entre os dias 13 e 15 de Maio, era assim que era recebido. Durante aqueles dias o café foi servido em chávenas de cores vivas, onde a pega deu lugar a um pequeno falo. A ideia de fazer peças utilitárias de cariz erótico partiu da artista plástica caldense Umbelina Barros e foi bem recebida por Ricardo Figueiredo, o responsável pelo Cocos.

“A grande maioria das pessoas aceitou a proposta, riu-se e divertiu-se”, disse o empresário, que já pensa em tornar a iniciativa anual pelo 15 de Maio.
Quem quis, comprou a sua chávena “malandreca” pelo preço simbólico de cinco euros já que a intenção principal deste evento era “relembrar a tradição da loiça erótica caldense no Dia da Cidade”, disse Umbelina Barros.
A artista fez várias peças em cores tradicionais, como o verde Caldas, amarelo mel e o castanho manganês e outras, de cores vivas como azul turquesa, laranja, vermelho ou verde pistácio. Ao todo, a ceramista produziu 250 chávenas que estiveram ao serviço do Cocos durante aqueles três dias e foram bem recebidas pela generalidade das pessoas.
Umbelina Barros diz que vai continuar a apostar nesta vertente do seu trabalho. E lamenta que a Confraria do Príapo, entidade que se ocupava com a divulgação e estudo da cerâmica fálica local, esteja desactivada há três anos.
“Quando alguém diz que é das Caldas, é logo motivo de risota por causa da tradição erótica. Se não temos hipótese de fugir a isto, temos que aproveitar e tirar o melhor partido”, disse a autora, que acha que há nas Caldas condições para se realizar um Festival dedicado ao culto do falo, como há muito se faz em localidades do México e do Japão. 

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