O centro de saúde do Cadaval foi inaugurado por António Costa no dia 12 de Março e tem o nome do pai do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut. A obra custou cerca de 657 mil euros (financiados em 85% por fundos comunitários e o restante pela ARSLVT) e irá servir mais de 13 mil utentes.

Na tarde de 12 de Março mais de uma centena de cadavalenses fez questão de marcar presença na inauguração do novo centro de saúde, que foi baptizado com o nome do pai do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut.
O momento trouxe ao Oeste o primeiro-ministro, António Costa e a ministra da saúde, Marta Temido. O novo centro de saúde custou cerca de 657 mil euros (financiados em 85% por fundos comunitários do PO Centro 2020 e os restantes 15% pela ARSLVT) e irá servir mais de 13 mil utentes.
O edifício integra quatro unidades funcionais: uma de cuidados de saúde personalizados, uma de recursos assistenciais partilhados, uma de cuidados na comunidade e uma de saúde pública.
Vem substituir o antigo centro de saúde, que funcionava há anos num prédios arrendado pela ARSLVT à Santa Casa da Misericórdia local. O prédio apresentava deficientes condições estruturais e era de difícil acesso a utentes com mobilidade reduzida. Desta forma, a Unidade de Saúde Oral e a antiga extensão do centro de saúde, que funcionavam em edifícios de habitação, também são substituídos.
Em cerca de 700 metros quadrados de construção, o centro tem nove gabinetes de consulta médica, três de enfermagem e um de saúde oral. Além disso, tem duas salas de tratamento, uma sala de movimentos e seis gabinetes de trabalho.
Na fase inicial a equipa é composta por seis médicos de família mais um em regime de prestação de serviços, nove enfermeiros, cinco assistentes técnicos, um assistente operacional e uma higienista oral.
José Bernardo Nunes, presidente da Câmara do Cadaval, lembrou as peripécias no historial da obra, notando que este era um processo antigo, cuja cedência do terreno ocorreu ainda em 1998. O autarca revelou ainda que já foi lançado o concurso dos arranjos urbanístico da zona envolvente, no valor de 120 mil euros.
José Bernardo Nunes salientou ainda que a nova obra poderá ajudar a combater a dificuldade na atracção de médicos para este local e fez notar que o centro de saúde está a fechar às 18h00 e não às 20h00 porque ainda não têm médicos que cheguem. “Foi contratado um médico no último concurso e penso que com mais um fica resolvido o problema dos utentes sem médico de família”, disse.
Já António Martins, director executivo do ACES Oeste Sul, destacou que este centro de saúde está dotado de um ginásio, o que “é um motivo de diferenciação”, e referiu que estão criadas condições para no futuro candidatar-se a ser uma unidade de saúde familiar.
O primeiro-ministro, António Costa, fez notar que no último ano se realizaram 31 milhões de consultas em unidades de cuidados de saúde primários e afirmou que o governo quer “acompanhar a evolução económica do país com a recuperação dos cuidados de saúde”.
O primeiro-ministro salientou que a parceria entre poder local e central que aconteceu neste caso “é uma demonstração cabal de que o novo quadro legal de descentralização nas áreas da saúde para os municípios é algo que é possível e é uma mais-valia”.
António Costa revelou “estar certo de que passados estes anos de transição da implementação da descentralização, teremos a partir de 2022 generalizado em todo o país esta realidade” e, dirigindo-se a Manuel Arnaut, filho de António Arnaut – que fez questão de marcar presença na cerimónia – o governante disse que “tu que és irmão do SNS, tens aqui um novo sobrinho”.
Por sua vez, a ministra da saúde, Marta Temido, destacou que a inauguração desta obra “é mais um passo no caminho da modernização das infraestruturas dos centros de saúde da ARSLVT” e revelou que até ao fim do ano o governo quer que estejam concluídos 18 centros de saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo. “Quando esta equipa começou tínhamos nas mãos 63 centros de saúde que funcionavam em instalações precárias e ao longo destes anos já conseguimos albergar em novas instalações 12 e já há mais seis que estão quase prontas”, revelou.
Em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde falou sobre um novo hospital no Oeste, dizendo que “esse é um caminho que terá de ser percorrido em termos localização, de carteira de serviços e de investimento” e que “há um conjuntos de trabalhos que vamos também provavelmente começar a desenvolver relativamente a essa necessidade”. Ou seja, não se comprometeu.
A governante salientou a mudança do CHO para EPE, referindo que agora se está a sedimentar o modelo organizacional de empresarialização do hospital.

O governo pretende manter o CHO ou reverter a situação?

Vítor Dinis, da comissão de utentes do CHO, aproveitou a vinda do primeiro-ministro à região para lhe pedir uma audiência a fim de lhe falar da “situação grave que a saúde está a atravessar no Oeste”. O representante da comissão entregou uma carta a António Costa na qual diz que nunca deveria ter acontecido a junção dos hospital das Caldas com os de Peniche e Torres Vedras, a qual se revelou uma má decisão porque o CHO “só teve resultados financeiros, em prejuízo da saúde”. E questionava: “o governo pretende manter o CHO ou reverter a situação?”.
Vítor Dinis pediu ainda uma reunião à ministra da saúde porque, “mesmo que exista um novo hospital, ele vai demorar 10 anos e as estruturas actuais não aguentam esse tempo”.

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