O Centro Comunitário Pastoral José Nazário, inaugurado em 2011 no Casal Pardo (Alfeizerão), conta agora com um lar de idosos, com capacidade para 30 utentes. A novas instalações custaram 850 mil euros e foram inauguradas no domingo, 11 de Setembro.
A obra inicial, concluída em 2011 e que previa a construção de salas de catequese e de um espaço de convívio para idosos, orçamentada em 300 mil euros e com uma área de 570 metros quadrados, foi este ano ampliada para um total de 1450 metros quadrados.
O aumento das instalações do Centro Comunitário Pastoral José Nazário fez-se com o objectivo de adicionar uma estrutura residencial para idosos, com 15 quartos (capacidade para 30 utentes) e um serviço de centro de dia. Acrescentou-se ainda um refeitório, uma cozinha, uma lavandaria e várias salas para funcionários. Foram necessários 850 mil euros, sendo doados cerca de 330 mil euros (a Câmara de Alcobaça apoiou o projecto com 100 mil euros).
Embora a inauguração oficial estivesse agendada para domingo, 11 de Setembro, o lar já se encontrava em funcionamento com 23 idosos. A cerimónia contou com a presença de José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, Maria do Céu Mendes, directora do Centro Distrital da Segurança Social, e Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça.
Após a bênção das novas instalações e uma visita guiada pelo edifício, o padre Joaquim Gonçalves, presidente do Centro Social Paroquial de Alfeizerão (no qual se integra o Centro Comunitário do Casal Pardo), foi o primeiro a tomar a palavra, fazendo referência à Madre Teresa de Calcutá.
“Aquilo que a Madre Teresa fazia não passava de uma gota. O mesmo acontece com esta instituição: o nosso impacto é o de uma gota. Mas sem essa gota o oceano ficaria mais pobre”, disse, acrescentando que é fundamental dar resposta às periferias e ajudar a combater o cansaço, a velhice, a doença e as dificuldades económicas da população.
Já Paulo Silveira, da comissão do Centro Comunitário, recuou à primeira pedra daquela obra.
“Estamos aqui hoje, em primeiro lugar, porque houve um benemérito, José Nazário, que pensou, disse e fez”, afirmou o advogado, salientando que inicialmente o projecto incluía apenas as salas de catequese, mas José Nazário quis oferecer uma sala de convívio aos idosos. Da cedência do terreno à construção das primeiras instalações, José Nazário suportou todos os custos.
“Mas o sonho não ficou por aqui. Ambicionávamos um lar e foi o padre Joaquim quem avançou com a ideia, fazendo os possíveis para obter financiamento”, acrescentou Paulo Silveira.
“SORTE E AZAR EM TER O PADRE JOAQUIM”
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O presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, também não poupou elogios ao padre Joaquim Gonçalves, que “está connosco há pouco tempo, mas já revolucionou tudo”. Das obras de requalificação na Igreja de Alfeizerão ao novo lar no Casal Pardo, “é certamente o padre que mais vezes subiu as escadas da Câmara. Tenho a sorte e o azar de ter um padre Joaquim, pois se fossem todos iguais era mais difícil para a autarquia”.
Paulo Inácio revelou que nos últimos cinco anos – período de crise em Portugal – foi precisamente quando se construíram mais lares e IPSS em Alcobaça (Pataias, Aljubarrota, Alfeizerão, Benedita, Vimeiro), admitindo que chegou a temer que a taxa de ocupação fosse insuficiente e as instituições enfrentassem dificuldades económicas. “A verdade é que quadruplicamos o número de camas, mas está tudo cheio”, notou.
Tanto o bispo auxiliar de Lisboa, José Traquina (também ele alcobacense), como o secretário de Estado, Carlos Miguel, elogiaram a união de esforços criada em torno da construção do lar. Só em doações individuais o Centro Social Paroquial recebeu quase 118 mil euros e da comunidade portuguesa nos Estados Unidos mais de 58 mil euros.
“É uma grande prova que a sociedade civil consegue reunir vontades e que o dinheiro, que muitas vezes gera desigualdades, também pode ser usado para fazer o bem”, referiu José Traquina.
Já Carlos Miguel, enquanto antigo presidente da Câmara de Torres Vedras, disse saber dar valor a obras como esta. “Sei o que representa para as pessoas, o que custa chegar ao dia da inauguração e depois alimentar o seu bom funcionamento. O governo está do vosso lado”, concluiu.
Actualmente trabalham no Centro Comunitário do Casal Pardo 15 pessoas.