Centenas de aves, cetáceos e tartarugas arrojaram no Oeste

0
337

Grande parte dos animais deu à costa sem vida. Fenómeno explicado pelas tempestades

Centenas de papagaios-do-mar, de tordas mergulheiras e outras aves marinhas, mas também cetáceos e tartarugas têm sido recolhidos em praias do Oeste, especialmente na zona de Peniche e Lourinhã, mas também na Foz do Arelho, nas últimas duas semanas.
A meteorologia adversa, com a ocorrência de tempestades, terá estado na origem deste incidente. É que as aves que estão a arrojar nas praias oestinas estão desnutridas e desidratadas, sendo que a maioria chega ao areal já sem vida.
Inicialmente, pensou-se que tal fenómeno se poderia dever à gripe das aves, mas, entretanto, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) esclareceu que os resultados das análises aos papagaios-do-mar recolhidos na zona de Peniche e Lourinhã “são todos negativos para a gripe aviária”.
O trabalho de vários voluntários, que noite e dia percorrem as praias oestinas recolhendo os animais e prestando o primeiro auxílio ficou simbolizado na associação Mestres do Oceano e no ativista Afonso Castanheira, que, através das redes sociais, tem vindo a partilhar imagens e informações sobre esta situação.
Nas Caldas, mais especificamente na Foz do Arelho, a associação LindoMar, da ativista Dorte Schneider, alertada pela associação penichense, recolheu 15 papagaios-do-mar já sem vida. O ICNF salienta que “os papagaios do mar que têm arrojado estão bastante magros, pelo que se suspeita que os fortes temporais dos últimos dias poderão ter impedido as aves de se alimentarem normalmente”.
Tal como os voluntários, o ICNF tem vindo a manter o acompanhamento do fenómeno nas praias da região, através da presença das equipas de vigilantes da natureza no terreno que, “com apoio veterinário, tem avaliado o estado das aves que continuam a dar à costa, prestando os primeiros socorros e, de seguida, encaminhando-as para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) do ECOMARE”.
Os papagaios-do-mar são uma espécie que está atualmente num declínio acentuado, devido a diversos fatores, entre os quais as alterações climáticas ou a captura acidental em redes de pesca.
Ao nível de ocorrências relacionadas com a meteorologia adversa, que levou a Proteção Civil a colocar sob alerta laranja o distrito de Leiria na última semana, não houve, segundo a Gazeta das Caldas conseguiu apurar junto dos Bombeiros Voluntários das Caldas, grandes ocorrências dignas de registo. Estas restringiram-se à queda de árvores e de ramos, por exemplo, na Mata Rainha D. Leonor e também noutros pontos do concelho, mas sem prejuízos a lamentar. ■

- publicidade -