Exposições, recolha de memórias, escultura de ardina e conferências fazem parte do programa
O centenário da conquista de José Tanganho e a recriação um século depois “é um dos focos de interesse da Comissão do Centenário, mas há mais”, frisa Carlos Querido, notando que “nem só de Tanganho vivem as comemorações da Gazeta das Caldas”. Por exemplo, há outras figuras que serão destacadas em suplementos publicados pela Gazeta das Caldas no âmbito das Crónicas do Centenário. Para além dos suplementos já publicados, dedicados à Rainha Dona Leonor e a José Tanganho, estão previstos outros. Trata-se dos casos de José da Felicidade Alves e de Luiz Pacheco. “É quase um imperativo moral trazer de volta estas grandes figuras, coincidentes com o centenário”, afirma. Entre as iniciativas do centenário da Gazeta das Caldas esteve a criação da coleção das peças referentes ao centenário com 10 diferentes autores caldenses e a respetiva exposição, no Museu do Hospital e das Caldas.
Está em curso o projeto Memórias da cidade cerâmica, que pretende recolher testemunhos de quem trabalhou neste setor. O objetivo é ouvir as histórias de vida destas pessoas, fazer o registo audiovisual e compilar para que fiquem eternizadas e disponíveis. “Se as coisas correrem bem, iremos também criar uma edição escrita”, refere Carlos Querido, notando que “é uma forma de, no centenário, celebrar estas pessoas e empresas”, guardando estas memórias.
Outra iniciativa será a participação no Fólio – Festival Literário de Óbidos, com uma intervenção cujo conteúdo será definido em reunião agendada para breve, estando prevista uma mesa-redonda para discutir a imprensa local e as ameaças que esta enfrenta, quando, realça, este é um problema a nível global. “Segundo a Revista Prospect, no Reino Unido, mais de 320 títulos de imprensa local fecharam entre 2009 e 2019, uma vez que a sua receita publicitária caiu 70% nessa década”. Ainda no âmbito do festival, a Gazeta das Caldas estará presente na Casa Abysmo.
Outra novidade é a primeira participação no Âmbito Cultural do El Corte Inglés, com uma conferência com Pacheco Pereira e uma exposição, além da presença na revista. No La Vie das Caldas haverá uma exposição de páginas e fotografias da Gazeta. “O objetivo é fazer exposições diferentes”, esclarece.
Há ainda um projeto no âmbito do centenário da Gazeta das Caldas: a colocação de uma escultura de um ardina, em bronze, na confluência da Avenida 1º de Maio com a Rua Raul Proença, “casa” da Gazeta das Caldas há largos anos. Trata-se de um trabalho de Carlos Mingote e será “uma forma de eternizar a Gazeta das Caldas e o seu centenário”. Também para este projeto estão a ser angariados apoios.
“Queremos celebrar festivamente o jornal, pelo seu passado, pela sua resiliência e capacidade de resistência ao tempo, pelo facto de se ter mantido, conseguido navegar em tempos turbulentos em termos sociais e políticos e ter chegado a esta belíssima data dos cem anos”, refere, salientando a preocupação de ter “coerência nas celebrações”. Carlos Querido realça e agradece ainda a participação das várias pessoas, como Mantraste, Miguel Macedo, Jorge Silva ou João Belga, que se têm envolvido nas comemorações, trabalhando pro bono. “Trabalhamos com orçamento zero e vamos tentar criar todos estes eventos sem gastar dinheiro a uma instituição que não o tem”, referiu.































