Reza a lenda que a origem do nome desta freguesia esteja associada à figura de D. Gastão, um fidalgo que foi castigado pelo rei e enviado para uma zona de carvalhos. No castelo, sempre que se perguntava por D. Gastão, a resposta era que estava no carvalhal, ao que os populares retorquiam: bem feito!
Verdadeira ou não a lenda, a história mostra que o povoamento é bastante antigo, como o atesta o topónimo medieval. Documentos escritos transportam a povoação até inícios do século XIII e é de supor que o topónimo resulte de fidalgos da família com o mesmo nome, pois no pavimento da capela-mor da Igreja Matriz existem duas lápides sepulcrais da família com este apelido. “Uma delas referentes a um de sobrenome ‘Carvalhal’, falecido a 1549, e cuja legenda refere ter sido o edificador da primitiva capela e fidalgo da Casa de El-Rei”, refere a Junta de Freguesia. Anos antes, a 22 de Setembro de 1537, o rei D. João III terá concedido armas a Diogo Fernandes de Carvalhal Benfeito, Cavaleiro de Cristo, que tinha prestado grandes serviços no cerco de Arzila e Goa, e no qual terá ferido um chefe muçulmano.
A povoação de Carvalhal Benfeito foi depois incluída, juntamente com senhorios de outras 12 vilas, na carta afonsina de couto e doação ao Mosteiro de Alcobaça. Assim, a localidade de Carvalhal Benfeito que na altura se denominava por Lugar da Nossa senhora das Mercês, situava-se nos coutos de Salir de Matos e Santa Catarina, razão pela qual, aquando da sua instituição, ficou a pertencer aos dois pequenos concelhos.
A paróquia foi instituída nos finais da Idade Média, embora a Igreja Matriz seja de fundação anterior; o padroado era do Mosteiro de Cós, por cessação do de Alcobaça.
Com uma área de 1430 hectares e 1700 habitantes, o Carvalhal Benfeito é uma freguesia rural e bastante dispersa. Vive essencialmente da agricultura embora tenha também bastantes empresas, a sua maioria de cariz familiar. Possui ainda um Centro Social e Paroquial com as valências de apoio domiciliário e centro de dia. Como pontos de interesse tem algum património histórico e ambiental, de onde se destaca a Mata das Mestras. E no turismo há a Quinta Japonesa…
O seu orago é Nossa Senhora das Mercês, celebrada anualmente no último fim-de-semana de Agosto.
Curiosidade desta freguesia é o facto de ter um hino, que realça o nascimento e potencialidades do Carvalhal Benfeito, escrito em 1977 por António Henrique Américo.
“Carvalhal padrão de glória/Tem nome imortal é sempre vitória/ Carvalhal gritemos então/Desde o teu começo que foi D. Gastão”, refere um dos refrões desta ode à localidade.

Descrição da freguesia de Carvalhal Benfeito

LUGARES Santana, Carvalhal Benfeito, Cabeça-Alta, Cruzes, Antas, Barrocas, Quinta do Bravo, Osseira, Eiras, Oliveirinha, Casal Fialho, Casal Pinheiro, Casal dos Carvalhos, Casal das Ladeiras, Hortas, Mestras, Vale da Vaca, Casal Novo, Vale das Cuvas, Casal da Azenha

Pontos de Interesse
Monumentos: Igreja Matriz, Capela de Santa Ana, Capela de Antas, Nicho do Casal Novo, Nicho da Osseira, Chafariz das Cruzes, Fontanário do Séc. XII em Carvalhal, Fonte das Mestras, Fonte do Vale da Vaca, Fonte da Osseira, Fonte do Casal Pinheiro, Poço do Casal Novo, Poço Público da Quinta do Bravo, Poço da Oliveirinha, Lavadouro das Antas, Lavadouro do Casal Novo, Lavadouro do Vale da Vaca, Lavadouro das Eiras, Poço Público de Antas, Mata das Mestras, Moinhos de Vento na Osseira e Antas
Equipamentos públicos: Centro Social e Paroquial
Equipamentos de ensino: JI e EB Carvalhal Benfeito
Associações: Associação Desportiva e Recreativa de Carvalhal Benfeito, Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Antas, Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Santana, Associação Recreativa, Desportiva e Cultural das Cruzes

Datas festivas

Festa em honra de Santa Ana (Julho), Festa em Honra de Nossa Senhora das Mercês (Agosto), Festa das Antas em Honra de Santa Maria e S. Brás (Fevereiro), Festa de Nossa Senhora das Dores, nas Antas (Maio), Festa de Corpo de Deus, nas Cruzes (Junho)
Principais Actividades económicas
Agricultura, pecuária, carpintaria, construção civil, indústria de rações para animais

 

Segredos Escondidos
Mata das Mestras


A Mata das Mestras é a maior área florestal do concelho caldense, com 93 hectares, dos quais 84 estão arborizados. O sobreiro é a espécie principal, ocupando mais de 70% da área da Mata, seguido do pinheiro manso e de alguns carvalhos. Desde 1835 que este espaço é propriedade do Estado (gerido pelo ICNF), sendo anteriormente administrado pela Montaria-Mor do Reino. Na Mata das Mestras existe uma casa de guarda-florestal denominada “Mestras”. Esta zona apresenta excelentes condições para a prática de actividades ao ar livre, sendo ali realizadas, habitualmente, provas de BTT. F.F.
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