Carros já circulam na Rua Heróis da Grande Guerra

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Os carros voltaram a poder circular na Rua Heróis da Grande Guerra, tornada pedonal em 2010. O pedido de mais de uma centena de comerciantes em abaixo-assinado, e aprovado pela Assembleia Municipal em Maio está finalmente implementado, permitindo a circulação rodoviária, a baixa velocidade, pela principal artéria da cidade e com um acesso privilegiado ao parque de estacionamento da Praça 5 de Outubro.
Esta alteração foi aprovada para funcionar até ao final do ano mas, tendo em conta que as obras de regeneração irão prolongar-se durante o ano de 2014, é possível que a rua permaneça aberta ao trafego mais tempo. “Será feita uma avaliação do impacto desta abertura, por parte da autarquia, comércio e cidadãos, para se decidir se se manterá assim no futuro, ou se voltará a ser pedonal”, disse o presidente da Câmara em exercício, Tinta Ferreira, que visitou as novas ruas, juntamente com o executivo, no passado dia 28 de Junho.
A autarquia investiu perto de oito mil euros na reabertura da rua ao trafego automóvel. Foram criadas lombas e passadeiras e colocada nova sinalização e floreiras. Estas últimas têm uma dupla função: a delimitação entre o passeio e a via de circulação automóvel e a decoração do próprio espaço, tornando a rua mais atractiva para quem ali passa.
Inicialmente foram colocadas nas floreiras plantas mais resistentes, mas a autarquia pretende reforçá-las com flores coloridas, tal como os comerciantes que, desde logo ornamentaram os vasos que tinham à frente do seu estabelecimento comercial.
Tinta Ferreira acredita que esta intervenção na Rua Heróis da Grande Guerra irá “beneficiar significativamente o comércio”, nomeadamente através da sinalização colocada que permite aos visitantes saber que têm um parque de estacionamento próximo, na Praça 5 de Outubro, com os primeiros 45 minutos grátis. Também o facto dos carros apenas puderem circular a 20 quilómetros, permite uma “co-habitação entre o trânsito automóvel e pedonal”, apesar de não haver nenhuma sinalização automática para medir a velocidade como já ocorre nas cidades normais com esta preocupação.

Comerciantes querem ser parceiros

Esta reabertura foi bem recebida pelos comerciantes e também pelos transeuntes que por ali passavam, mas que agora têm de disciplinar melhor o seu trajecto. Para o comerciante Vieira Gonçalves, um dos mentores desta abertura, trata-se de uma mais-valia pela qual já aguardavam há vários meses. “Os carros transportam pessoas e neste momento quase que estávamos sitiados”, disse, destacando que a cidade não comporta aquela rua fechada ao trânsito e sem alternativas de passagem.
Também as floreiras embelezam o local, embora Vieira Gonçalves considere que sejam em demasia.
Para Paulo Agostinho, proprietário de uma loja naquela rua, destaca que é a cidade quem fica a ganhar com esta alteração, podendo assim ser mais atractiva para os visitantes. “O nosso objectivo não era transformar a rua num corredor para as pessoas atravessarem a cidade, mas que quem cá venha consiga chegar ao centro, que estava isolado”, explica o comerciante.
Paulo Agostinho salientou ainda que o actual executivo em funções “tem mais cuidado em ouvir as nossas sugestões”, dando conta de algumas floreiras que foram retiradas depois dos comerciantes terem dito que estavam em demasia, e acedendo à sua vontade de também colaborarem no embelezamento do espaço público.
“É importante que seja uma mais-valia para todos nós. Uma cidade que tenha as condições fantásticas para todos podermos desenvolver uma boa actividade empresarial é garantidamente uma cidade com muita qualidade de vida para quem cá vive, estuda e trabalha”, realça o comerciante. Ainda assim, Paulo Agostinho, faz notar que esta intervenção não chega, é apenas uma das muitas que a Câmara tem que fazer, dando como exemplos a necessidade da limpeza das ruas, o vandalismo das áreas públicas e privadas, a falta de sinalética, de guardas-nocturnos e de divulgação da cidade.
“Esta foi uma das solicitações que fizemos à Câmara, esperamos que as outras também possam ser atendidas”, conclui o comerciante.

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Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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