Veículo vai acompanhar a recriação da vitória de José Tanganho na Volta a Portugal a Cavalo e divulgar a região
No próximo dia 3 de outubro, às 15 horas, o Centro de Artes das Caldas da Rainha vai receber a apresentação oficial da Carrinha Tanganho, veículo que vai acompanhar e dar visibilidade às comemorações do centenário da vitória do cavaleiro caldense José Bernardo Tanganho no Circuito Hípico de 1925. A iniciativa, aberta à população, é organizada no âmbito do centenário da Gazeta das Caldas e marca o arranque de um conjunto de homenagens que pretendem recordar uma das maiores façanhas do desporto nacional e devolver ao espaço público a memória de um herói que se tornou símbolo de determinação e superação.
Cedida pela empresa caldense Transwhite, a carrinha apresenta uma decoração exterior alusiva à efeméride e foi transformada numa verdadeira exposição itinerante. O seu interior foi preparado para dar a conhecer a vida e a vitória de José Tanganho, mas também para divulgar as provas de endurance promovidas pela Federação Equestre Portuguesa, que tem como princípio central a defesa do bem-estar animal. O veículo será igualmente embaixador da região, transportando um cabaz com produtos identitários da gastronomia e da cultura caldense, que acompanharão esta viagem com paragem em 70 localidades do país.
Além deste cabaz, foi preparada uma edição especial de um azulejo, oferecido pela Sá Nogueira Azulejaria, com uma embalagem especial, que será entregue a cada um dos presidentes de Câmara dos 70 municípios que vão receber o circuito.
A apresentação pública da carrinha servirá ainda para lançar os detalhes da recriação do Circuito Hípico de 1925, que terá início a 10 de outubro no Jockey Club, em Lisboa, precisamente 100 anos após a partida da primeira edição desta prova inédita organizada pelo Diário de Notícias. Em 1925, José Tanganho foi um dos 39 cavaleiros que se apresentaram no Jockey Club, no Campo Grande. Apenas três não eram militares, entre eles o jovem caldense que acabaria por alcançar a vitória numa competição dura e exigente, percorrendo 1458 quilómetros em 25 dias.
Um século depois, será o bisneto de José Tanganho, Pedro Bernardo, a recriar a epopeia que levou o seu bisavô à condição de herói nacional. Desta vez, não a cavalo, mas ao volante de um automóvel da marca Porsche, acompanhado por João Belga, artista também natural das Caldas. A dupla irá refazer todas as etapas da histórica Volta, procurando cumprir os horários originais das passagens de Tanganho e do seu cavalo Favorito.
À semelhança do que acontecia em 1925, também agora haverá uma caderneta para atestar a passagem pelas 70 localidades, devidamente carimbada em cada paragem. Ao longo da viagem, Pedro Bernardo e João Belga irão recolher registos visuais e sonoros, com o objetivo de criar uma exposição artística que será apresentada no Centro Cultural e de Congressos, sob o título “Não navega, cavalga”.
Carlos Querido, coordenador da Comissão para o Centenário da Gazeta das Caldas, realça que o objetivo é “trazer de volta a história desta personalidade para a rua, para as páginas da Gazeta e do DN, para os eventos culturais e para o percurso pelas 70 vilas e cidades”. Uma forma de resgatar a memória de José Tanganho, “figura improvável que se tornou herói popular e cujo feito merece voltar a ser conhecido pelas novas gerações”.
Parceira da iniciativa, a Federação Equestre Portuguesa está também a associar-se ao centenário da vitória de José Tanganho nesta prova, estando em preparação a organização de uma prova de endurance no formato raid que receberá o nome do cavaleiro e que deverá ligar a cavalo as cidades das Caldas da Rainha, onde Tanganho nasceu, e Coruche, onde está sepultado.































