Carlos Sá, que desde 2010 presidia ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte, vai ficar à frente da administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO). A decisão do Ministério da Saúde foi publicada em Diário da República na passada terça-feira, dia 20 de Novembro, mais de dois meses depois da criação do novo centro hospitalar que junta as unidades de Alcobaça, Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras.
Os cargos de vogal executivo são ocupados por Miguel Carpinteiro (que já era vogal executivo do Conselho de Administração do CHON) e Pedro Reis (que desde Janeiro administrava o Bloco Operatório Central, Serviço de Anestesiologia e Central de Esterilização do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, depois de cinco anos como administrador-delegado do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão).
Isabel Carvalho é a directora clínica do novo centro hospitalar (cargo que ocupava desde 2006 no Centro Hospitalar de Torres Vedras) e o cargo de enfermeira-chefe foi atribuído a Maria Cecília Elias (que era enfermeira-directora do CHON desde 2010, depois de vários anos como enfermeira-directora no Hospital de Torres Vedras).
À Gazeta das Caldas, Carlos Sá diz que é com “enorme responsabilidade” que aceita o desafio de presidir a uma entidade que vai resultar de uma fusão que, acredita, trará “melhorias e ganhos em saúde”. Antes de tomar qualquer decisão, Carlos Sá quer reunir com os profissionais dos hospitais e forças vivas dos vários concelhos afectados pela reorganização hospitalar.
O ponto de partida para o debate é a proposta de reorganização da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que tanta celeuma tem levantado. “É importante que consigamos conciliar posições em defesa do que é melhor”, diz Carlos Sá, acreditando que até ao final do ano a nova equipa terá “uma ideia mais clara da realidade que permita depois tomar decisões”, nomeadamente quanto ao eventual encerramento de valências nas diferentes unidades hospitalares que integram o CHO.
A nova administração tem 120 dias para apresentar o regulamento do CHO e respectivo programa de acção. Só nessa altura se deverá saber, por exemplo, que futuro terá o Hospital Termal, uma das maiores preocupações dos caldenses.
Para já, Carlos Sá salienta apenas que “esta semana conseguimos estabelecer a ligação de um segundo furo de águas termais”, prova de que a administração “continua a trabalhar para dotar o hospital de todas as condições”. Recusando apontar uma data para a reabertura do hospital, o responsável diz que este vai depender dos resultados das análises. “O trabalho feito é no sentido de minimizar no futuro este risco de ter que se encerrar o hospital quando há contaminação, dado que atá agora havia um único furo”.
Comissões de utentes “expectantes”
A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nossos Hospital”, das Caldas da Rainha, remete a reacção para um comunicado que será divulgado após uma reunião marcada para a noite de quarta-feira, já depois do fecho desta edição. Ainda assim, António Curado, representante da comissão, considera que “mais importantes que a composição do Conselho de Administração são as decisões que vierem a ser tomadas” e que realmente preocupam os membros da comissão.
Para a Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital de Peniche a nomeação de Carlos Sá para presidir ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste foi “uma surpresa”. Rogério Cação diz que os membros da comissão estão “expectantes” pois esta “não era de todo uma opção que estivesse nos nossos horizontes”, até porque “a experiência de Peniche com o Dr. Carlos Sá não foi muito positiva”.
Rogério Cação dá conta de “alguma preocupação” pois “aquilo que conhecemos do seu trabalho deixa-nos algumas reservas”. O porta-voz da comissão de Peniche lamenta que os representantes dos utentes não tenham sido ouvidos. Agora que a decisão está tomada, acredita que “esta não é a escolha que melhor serve os interesses da população”.
Já a Comissão de Utentes de Saúde de Torres Vedras lamenta a ausência de alguém ligado aos hospitais torrienses entre os três membros do Conselho de Administração com cargos de gestão. Jorge Ferreira diz que este é “um factor de preocupação”, a acrescer ao facto de “em Torres não se conhecer o trabalho de Carlos Sá”.
O representante da comissão de utentes espera ver na nova administração “a boa-fé e a abertura ao diálogo e à compreensão dos reais interesses da população que as comissões têm tido”. Além disso, Jorge Ferreira espera “que os dados não estejam viciados à partida”, nomeadamente no que diz respeito ao eventual encerramento de valências.
Já a Comissão de Utentes do Hospital de Alcobaça continua à espera que o Ministério da Saúde avance com a integração do hospital no Centro Hospitalar Leiria-Pombal e, por isso mesmo, não tem qualquer posição quanto à nomeação de Carlos Sá.
Além disso, a comissão espera ainda que a petição entregue em Abril na Assembleia da República, que reuniu mais de 9000 assinaturas em defesa da manutenção do Hospital Bernardino Lopes Oliveira, seja debatida em plenário (o que já aconteceu há quatro meses com as petições de Caldas e de Torres Vedras que foram entregues na mesma altura).
A relatora da petição, a deputada social-democrata Maria da Conceição Pereira, disse à Gazeta das Caldas que este atraso se deve ao facto de as Câmaras Municipais e Assembleias Municipais de Alcobaça e Nazaré nunca terem emitido os pareceres que lhes foram solicitados. “O Ministério da Saúde emitiu o parecer, mas as autarquias não”, explica a deputada, admitindo avançar com o debate do documento mesmo sem a tomada de posição dos órgãos autárquicos.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt
Peniche debate os hospitais de proximidade
O ciclo de tertúlias “Cortes na Saúde: que custos para o Oeste?”, promovido pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes, chega a Peniche na próxima semana. Na terça-feira, 27 de Novembro, o auditório municipal de Peniche vai ser palco de uma conversa sobre “Hospital de Proximidade: Impactos Sociais e Económicos”.
O tema vai ser debatido a partir das 21h30, num encontro que conta com a participação do médico António Foz Romão, do ex-director clínico do Centro Hospitalar Oeste Norte, Nuno Santa Clara, e da presidente do Conselho da Comunidade Oeste Norte Clara Abrantes. A moderação da tertúlia vai estar a cargo do presidente da Câmara de Peniche, António José Correia.
Iniciado em Torres Vedras, no passado dia 13 de Novembro, o ciclo de tertúlias chega ao fim a 11 de Dezembro, com um debate sobre “Consequências da Fusão de Hospitais na Gestão de Serviços”.
J.F.
































Este senhor enganou-me bem…Quando da sua posse mostrou toda a sua preocupacao em melhorar as condicoes de saude dos caldenses.O PS demonstrou na altura o seu descontentamento pela sua nomeacao ao que eu atraves deste jornal descordei, mais hoje tenho de lhes dar razao.Carlos Sa afinal nao fez nada pela saude dos caldenses antes se tem preocupado em adquirir um tacho maior e melhor que dramatiza ao dizer ser uma enorme responsabilidade e desafio. Estava na altura deste senhor vir publicamente dizer o que fez pelos caldenses durantes estes 2 anos em funcoes…
Se Caldas se queixa, o que dirá Peniche… Se Torres Vedras não se impuser e não bater o pé em menos de 3 anos estará desmantelado, nem que para isso Caldas tenha que alugar mais uma dúzia de contentores para realojar os serviços a fechar em Torres Vedras.