Caravana pela Vida dos Povos Mexicanos passou nas Caldas

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Encontro juntou mais de meia centena de pessoas no telheiro do Parque D. Carlos

Cerca de cinquenta pessoas marcaram presença no encontro com representantes do Congresso Nacional Indígena do México

A Caravana pela Vida dos Povos Mexicanos passou pelas Caldas na tarde do passado domingo, com um encontro realizado no telheiro do Parque D. Carlos I. Mais de meia centena de pessoas fizeram questão de marcar presença na sessão, que tinha como objetivo colocar em diálogo duas comunidades de diferentes latitudes e longitudes, mas que, em última análise, têm um desafio comum: construir um mundo melhor.
Esta é uma organização do Congresso Nacional Indígena (México) e do movimento Zapatista (EZLN) e está atualmente a percorrer os cinco continentes para descobrir as lutas e resistências de cada território e para partilhar as batalhas e conhecimentos do povo mexicano.
“Durante quase quatro semanas, estes grupos de escuta e palavra serão os olhos e os ouvidos das comunidades indígenas de raiz Maia, mas serão também a sua voz. Vêm-nos lembrar de que a Natureza está perto do seu fim. O capitalismo está a destruir a vida da natureza. Lutar contra o capitalismo e construir alternativas é, hoje mais do que nunca, o único caminho que nos dá, enquanto Humanidade, alguma possibilidade de sobrevivência”, refere a CoopCasa, associação que fez a ponte para a Caravana chegar até às Caldas.
Na cidade termal, as representantes do Congresso Nacional Indígena alertaram para a existência de mega-projetos internacionais em território mexicano que não têm como objetivo a melhoria da vida das próprias comunidades, mas sim o lucro das empresas. É esse o caso de várias explorações mineiras que enumeraram, dos grandes hotéis e resorts que se pensa construir, mas também dos projetos de construção de novos casinos e fábricas.
Durante o encontro, Marcela (da Frente de Defesa da Terra e da Água da Península de Yucatán) e Isabel (da Comunidade Indígena Otomí, mas que reside na Cidade do México), chamaram ainda a atenção para a questão das sementes transgénicas e do uso de químicos e para o projeto o Tren Maya, que, na opinião das ativistas, acarreta vários danos (como a destruição de parte da selva e o aumento da poluição) e poucos benefícios para os povos indígenas.
Depois da projeção do filme “La representación indígena en Mexico”, continuou a conversa.
A caravana vai prosseguir a viagem pela Europa. ■

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