A capela do cemitério dos Vidais vai reabrir as suas portas este domingo, 2 de Novembro, Dia de Finados, depois das obras de recuperação de que foi alvo durante o último ano.
A Comissão da Fábrica da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, da Paróquia de Vidais, conseguiu concretizar esta obra depois de realizar dois peditórios junto da população (nos quais obteve cerca de 14 mil euros) e de ter garantido também apoio financeiro por parte da Câmara das Caldas e da junta de freguesia em 25% do total da obra. A Associação Desportiva dos Vidais também contribuiu com cerca de 5000 euros na fase final da obra.
Mais recentemente, a comissão recebeu um cheque de 30 mil dólares canadianos (21 mil euros) de um sindicato de trabalhadores do Canadá, que servirá para pagar as restantes despesas, para a compra de um novo sino, (o anterior foi furtado em 2011) e para o arranjo do altar.
O sindicato canadiano foi fundado em 1953 e representa cerca de 40 mil trabalhadores da construção civil, muitos dos quais são portugueses. O apoio para as obras da capela do cemitério dos Vidais surge através de Manuel Henriques, natural da Carrasqueira e emigrante no Canadá, que faz parte deste sindicato. O seu genro, Jack Oliveira, é o “business manager” do Universal Workers Union Local 183.
Virgílio Filipe, presidente da Junta da Freguesia dos Vidais e membro da Comissão da Fábrica, explicou à Gazeta das Caldas que foi o próprio Manuel Henriques que o abordou no sentido de apoiar as obras, durante as férias que veio passar a Portugal este Verão. “Ele disse-me para enviar um pedido de apoio à ‘Union’ Local 183 por ser hábito deles apoiarem obras em todo o mundo”, contou.
A resposta positiva foi pouco tempo depois e o cheque dos 30 mil dólares foi entregue a 20 de Outubro, num almoço em Peniche com representantes do sindicato canadiense. “Por este motivo deixo um voto de agradecimento e reconhecimento pelo gosto que estes emigrantes em ajudarem uma comunidade que também é deles, obrigado” disse Virgílio Filipe.
Obras eram prioritárias
O edifício da capela, que já existirá há mais de mil anos, estava muito degradado e o telhado estava mesmo em risco de derrocada. Foi exactamente pelo telhado que começou a primeira fase das obras, que tiveram início em Outubro de 2013. A cobertura foi reparada em cerca de três meses, mas os restantes trabalhos demoraram mais.
Segundo Virgílio Filipe, houve algumas críticas por as obras se arrastarem durante tanto tempo, mas esse foi o ritmo possível. “Esta foi uma obra que se iniciou sem dinheiro nenhum”, explicou.
Os peditórios “correram muito bem” e a ajuda da população através de mão-de-obra, também ajudou a que a obra ficasse mais barata. A empresa J. Coelho da Silva ofereceu as telhas, no valor de mais de 2.000 euros.
No interior da capela tiveram que rebocar paredes e isso tornou necessário ficar algum tempo a secar a humidade que estas tinham no seu interior. A obra esteve, por isso, parada durante alguns meses. “Ao longo dos anos foram sempre picando pouco e rebocando e por isso havia umas quatro camadas de reboco, mas desta vez rebocámos até à pedra”, referiu o autarca.
A intervenção passou ainda pela pintura do exterior e interior da capela. Para além disso, foi colocado um novo piso e um tecto em madeira.
“Este processo correu muito bem. É prova de que tendo vontade e querer, podemos fazer tudo”, concluiu Virgílio Filipe.
Pedro Antunes
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