Ruínas deram lugar a um templo que pode voltar a receber celebrações religiosas
Para além das ruínas, já pouco restava da Capela de Sant’Ana, que terá sido construída no século XII pelos cruzados e foi alvo de uma reabilitação total. A obra, a cargo da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Salir do Porto, foi inaugurada no passado domingo, com dezenas de fiéis a subirem ao alto da barra de São Martinho para apreciarem o templo, que volta a poder receber celerações religiosas.
No mar, mais de uma dezena de embarcações associaram-se a um momento solene e que contou com a presença do bispo auxiliar de Lisboa, D. Daniel Batalha Henriques, que procedeu à bênção da capela, contando com o auxílio do padre Samuel Joseph, um dos grandes proponentes desta empreitada.
O presidente da União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto não escondeu a emoção. “Era um anseio muito antigo da população e que se torna realidade. É um dia inesquecível”, declarou Arnaldo Custódio.
A romaria até à capela arrastou uma verdadeira multidão
Dezenas de fiéis e algumas embarcações no mar fizeram questão de marcar presença na inauguração
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O autarca mostra-se agradado com a possibilidade de serem retomadas as peregrinações que se tornaram célebres até ao século XX entre a igreja paroquial e a capela, que terá sido construída no século XII e recupera, agora, todo o esplendor, voltando a cumprir a missão de proteção aos pescadores de Salir e São Martinho e aos fiéis.
A obra representou um investimento de 115 mil euros, comparticipado por fundos europeus, dádivas da população e da comunidade emigrante nos Estados Unidos, o que permitiu à comissão avançar com a intervenção. Porém, os acessos continuam a ser um obstáculo.
O presidente da Câmara das Caldas da Rainha esclarece que no local “não pode haver intervenções profundas”. A autarquia está a concluir um projeto que permitirá colocar uma plataforma em madeira na zona mais íngreme, mas que terá de obter a concordância das autoridades competentes. “Queremos melhorar a segurança no local, mas falta a autorização, porque a obra exige cuidado extremo na salvaguarda deste ambiente natural”, frisou Fernando Tinta Ferreira.
Francelina Santos ficou “impressionada” com a obra. “Isto é algo que faz parte da nossa história. Quando vi a capela em ruínas pela primeira vez, nunca pensei que ficasse tão bonito”, diz a caldense, de 73 anos, que pretende ali assistir a celebrações religiosas. ■
A capela recebeu a bênção do bispo auxiliar Daniel Batalha Henriques