Passou nas Caldas da Rainha, na passada sexta-feira, 22 de Março, Paulo Alves, o mentor do projecto Ajuda Solidária. Trata-se um caminhante que realizou o percurso a pé desde Braga até Lisboa. A aventura começou a 11 de Março e terá terminado a 26 de Março, já após o fecho desta edição.
E o que faz da caminhada de Paulo Alves notícia? É que esta serve para chamar a atenção das pessoas que devem consignar o IRS a favor de uma instituição social.
Por outro lado, esta caminhada é notícia porque de Braga a Lisboa, Paulo Alves realizou-a sem pagar um cêntimo: a dormida e a alimentação foram asseguradas pela solidariedade das pessoas.
“Ainda aqui estou, sem passar fome e sem dormir ao relento”, disse Paulo Alves à Gazeta das Caldas, durante uma curta paragem no Café Túnel, nas Caldas da Rainha, a quatro dias de chegar à capital. O caminhante cerca de uma hora na cidade termal, para comer uma sopa e beber uma água que lhe foi oferecida pelo proprietário daquele café, onde repousou um pouco e explicou aos jornais locais esta sua tomada de posição.
A iniciativa teve como objectivo chamar a atenção das pessoas para uma atitude mais activa em relação à cidadania. Por isso, Paulo Alves apela a que todos consignem no seu IRS a opção que se destina a ajudar as IPSS’s deste pais. Como? “Basta colocar uma cruz no anexo H do IRS e o numero da instituição que se pretende ajudar (e que deve estar inscrita nas Finanças), explicou o caminhante e mentor deste projecto, que pode ser conhecido ao pormenor em www.ajudasolidaria.com e que não implica qualquer custo às pessoas. O donativo é retirado dos impostos que todos temos que pagar ao Estado.
“Eu acredito que esta é um boa forma de apoiarmos as nossas instituições que estão, como todos, a passar grandes dificuldades”, disse Paulo Alves pois 0,5% dos seus impostos serão destinados à entidade escolhida.
Paulo Alves é natural de Guimarães, mas vive em Braga há vários anos e desde o dia 11 de Março que iniciou a sua caminhada, tendo passado pelo Porto, Ovar, Aveiro e Figueira da Foz. Na segunda semana (nos dias 12º e 13º do seu percurso planeado em 29 etapas) percorreu terras do Oeste: S. Martinho do Porto, Caldas e Bombarral. No 13º dia foi desta última localidade até ao Outeiro da Cabeça, até chegar a Torres Vedras. Em média, Paulo Alves percorreu 30 quilómetros por dia. E contou como foi difícil vencer os primeiros quilómetros devido ao inchaço dos pé.
“Agora já faço melhor…”, contou o caminhante, que até conseguiu que várias pessoas se cotizassem para que este pudesse ir a uma farmácia comprar a necessária pomada para apaziguar as primeiras maleitas.
Onde dorme? “Em instalações de bombeiros, em algumas casas de pessoas que ofereceram a estadia e também em residenciais e também fiquei em hotéis”, respondeu. As custas foram suportadas por cidadãos que fizeram questão em ajudá-lo. Há vários que seguem os passos de Paulo Alves através do Facebook e que se solidarizam por uma causa que “nos devia preocupar a todos”.
Paulo Alves apela também às pessoas para se registarem no site ajudasolidaria.org, onde, apenas com o registo individual se garante a doação de um euro às IPSS por parte de várias empresas que tomam este compromisso em nome da responsabilidade social. Segundo o caminhante, o objectivo é conseguir pelo menos dez empresas, dez mil subscrições online e dez milhões de euros consignados de IRS este ano. No ano passado foram cerca de sete milhões. Objectivos ambiciosos que fizeram mover Paulo Alves.






























