Caminhada pela Rota Bordaliana bateu recorde de inscrições

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2020
A iniciativa juntou 500 pessoas e proporcionou uma receita de 650 euros para o projecto Refood | BEATRIZ RAPOSO

No manhã de 15 de Maio, 500 pessoas participaram na Caminhada Pela Rota Bordaliana, uma iniciativa do grupo de farmácias Correia Rosa (farmácias Rosa, Caldense e Santa Catarina) em parceria com a Gazeta das Caldas. Este ano o valor da inscrição reverteu a favor da Refood, projecto que se dedica à recolha de alimentos que não foram vendidos, distribuíndo-os por famílias carenciadas. Foram angariados perto de 650 euros.

O primeiro passeio realizou-se em 2008 e contou com a participação de 60 pessoas. Passados oito anos, cerca 500 participantes esperam em frente à Farmácia Rosa pelo arranque da nona caminhada. É o empresário e radialista João Carlos Costa quem dá a partida, fazendo tocar a sirene de um megafone e pedindo aos caminheiros que o acompanhem na contagem decrescente. “Em 5, 4, 3, 2… 1, vamos caminhar!”.
Entre os participantes encontram-se pessoas de todas as idades, até porque a caminhada é ligeira e não exige muito esforço físico. Há inclusive bebés, que são transportados em carrinhos e também quem traga o seu companheiro de quatro patas para fazer exercício.
Sónia Bento faz-se acompanhar de Tita, a sua cadela de um ano e meio que veste uma t-shirt igual à sua. A participar pelo quarto ano neste passeio, diz que “a caminhada é muito completa, uma espécie de 3 em 1, porque junta a vertente da actividade física, a componente cultural e apoia uma causa solidária”. Ao mesmo tempo “permite que os cães façam exercício e que as pessoas se habituem à presença deles e não sintam tanto medo”.
Ainda que a passo apressado é possível apreciar as peças à escala humana de Rafael Bordalo Pinheiro que estão espalhadas pela cidade.

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O percurso começa com a passagem pelo largo da estação dos comboios, onde se encontram a rã gigante e os nenúfares. Seguimos para a Rua Miguel Bombarda, passando antes pela abelha. A caminho da Câmara Municipal encontramos a figura do padre e do Zé Povinho. Na Rua Dr. Leão Azevedo observamos o gato assanhado e as 60 andorinhas. Neste local, muitos dos caminheiros abrandam o ritmo para tirar fotografias (paragem que se viria a repetir noutros pontos de interesse). De subida para o CCC, passamos pelos sardões da Rua Capitão Filipe de Sousa até chegarmos à Ama das Caldas. No Posto de Turismo e no topo da Praça da Fruta encontramos o senhor polícia, caracóis, sardões, tartarugas e cogumelos. Em frente à entrada do Parque D. Carlos espera-nos a saloia.

Maioria dos azulejos de Bordalo foram roubados

Na Praça 5 de Outubro é feita uma paragem para repor as energias, fornecendo a organização sandes e águas. Quem também aproveita a pausa é Isabel Castanheira, que introduz aos participantes um pouco da obra de Rafael Bordalo Pinheiro.
“Actualmente é possível observar nas Caldas duas rotas bordalianas. A mais moderna é composta pelas peças gigantes e a mais antiga pelos vestígios da cerâmica de Bordalo”, explica a livreira, acrescentando que a maior parte dos azulejos de Bordalo que embelezavam a cidade foram roubados.
A peça do lobo está exposta na Praça 5 de Outubro e Isabel Castanheira conta a sua origem: “o lobo é um dos elementos de uma peça que também inclui um grou e que recria a fábula de La Fontaine. A história conta que um lobo se engasga e é um grou, de bico comprido, que lhe salva a vida, retirando-lhe a comida da garganta. Em troca, pede ao lobo que o alimente, mas este recusa-se. A mensagem é que nem sempre o bem é pago com o bem”.
Antes da chegada ao Parque D. Carlos I (a última paragem), passamos pelo Bairro Azul (onde está o gato a caçar) e dirigimo-nos ao centro comercial La Vie para observar as 50 maçãs que se encontram em exposição e fazem parte do programa de actividades do Mês dos Afectos, promovido pelo ACES Oeste Norte. As maçãs foram elaboradas pelos alunos das escolas de Caldas da Rainha, Óbidos, Nazaré, Peniche, Alcobaça e Bombarral.
Já no parque das merendas, oferecem maçãs da Maçã de Alcobaça e são sorteados dois tensiómetros.
No final do passeio, Catarina Tacanho, responsável pelo grupo de farmácias Correia Rosa, disse que foram dos primeiros estabelecimentos a organizar caminhadas – “quando ainda não estava na moda” – e salientou a evolução do número de participantes (também graças aos parceiros que se foram juntando à iniciativa). Catarina Tacanho adiantou ainda que possivelmente no próximo ano a caminhada terá como roteiro as obras do mestre Ferreira da Silva.

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