A Câmara das Caldas quer ajudar o Hospital das Caldas com 300 mil euros em obras no serviço de Obstetrícia e 100 mil euros para aquisição de equipamentos. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira, durante a cerimónia de entrega das medalhas, no Dia da Cidade, que pretende garantir que aquela unidade hospitalar caldense do CHO “funcione minimamente”, uma vez que o Estado “não investe”, disse o autarca.
Numa cerimónia bastante emotiva, foi homenageado o antigo presidente da Assembleia Municipal, Luís Ribeiro (falecido recentemente), e distinguidas diversas personalidades e instituições caldenses.
“O Estado central investe muito pouco e só o faz em situações de emergência”, disse Tinta Ferreira, anunciando que a Câmara irá atribuir 400 mil euros à unidade caldense do CHO para garantir que esta “funcione minimamente”. A proposta de protocolo a estabelecer com a administração do centro hospitalar prevê o apoio de 300 mil euros para obra a realizar no serviço de Obstetrícia e mais 100 mil euros para a aquisição de equipamentos para os serviços de Cardiologia, Obstetrícia/Ginecologia, Medicina Física e Reabilitação e Patologia Clínica.
A parceria envolverá ainda uma intervenção para recuperação do monumento Jardim de Água, de Ferreira da Silva, e a formalização da cedência, aos fins-de-semana, do espaço atrás do Chafariz das 5 Bicas para estacionamento de autocarros.
O CHO viu alterada a sua forma jurídica e passou a ser uma Entidade Pública Empresarial com uma capital social de 7 milhões de euros. Verba que Tinta Ferreira classificou de “insuficiente”.

“Não consigo perceber esta estratégia do Estado”, disse o autarca, reconhecendo publicamente a vontade da administração do CHO (também presente no evento) em procurar resolver os problemas daquela instituição.
No seu discurso, Tinta Ferreira, deixou ainda um apelo a particulares e empresas da região para que colaborem também na aquisição de equipamentos.
Fazendo notar que não quer substituir a administração central, o autarca considera que esta é a única alternativa para se criarem melhores condições de trabalho para os profissionais e atraírem novos.
Referindo-se à criação de um novo hospital para o Oeste, o autarca disse não ter “nada contra” e que, juntamente com os seus colegas oestinos, está a bater-se pela inscrição de verba no quadro comunitário para a sua concretização. Reconheceu, porém, que “muito dificilmente” a nova unidade será construída nas Caldas, mas prometeu lutar para que isso aconteça.

Homenagem ao homem de “coração grande”
O discurso do autarca ficou também marcado pela emotividade quando falou de Luís Ribeiro, de quem era amigo desde a juventude na JSD e com quem conviveu de perto na vida autárquica, tanto nas funções de presidente da Assembleia Municipal, como depois como adjunto do presidente. O homem “de coração grande”, como Tinta Ferreira o lembrou, era também leal, corajoso, espontâneo e com grande sentido de humor.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara falou ainda sobre outras matérias importantes para as Caldas, como é o caso das dragagens na Lagoa de Óbidos, que estão previstas começar ainda este ano. Já em relação à modernização da Linha do Oeste as notícias não são tão optimistas. Tinta Ferreira lamentou as “promessas não cumpridas” e o atraso da obra, cuja decisão está dependente do Ministério das Finanças. “Os prazos estão claramente ultrapassados, mas não devemos desistir da luta pela requalificação da linha do Oeste, que é decisiva para as Caldas da Rainha”, disse.
O autarca elencou vários projectos e obras desenvolvidas pelo município e que tem contribuído para o aumento das exportações, de emprego e do número de turistas. Nos próximos três anos serão investidos mais de 30 milhões de euros na reabilitação urbana, requalificação da rede águas e saneamento, intervenções em escolas e na Igreja de Nossa Sra do Pópulo e a construção da Escola Teatro da Rainha e Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre, entre outros.
Nos próximos tempos várias artérias da cidade estarão cortadas para se procederem a intervenções ao nível do subsolo e depois repavimentadas.
A intervenção do presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro, também foi marcada pela temática da saúde. O responsável lembrou que as assembleias municipais das Caldas, Torres Vedras e Peniche estão empenhadas em reivindicar melhorias para o CHO e que a construção do novo hospital do Oeste seja um dos projectos a integrar o Plano Nacional de Investimentos do governo.
A cerimónia, que tal como nos anos anteriores, decorreu no CCC, começou ao som dos ritmos latinos do pasodoble, rumba e cha cha cha, dançados pelos campeões nacionais de danças latinas Patrícia Carmo e Miguel Fernandes.































