O pedido do CHON para que o município passe a suportar o custo das análises laboratoriais à agua termal e a consequente deliberação favorável do executivo levantou alguma celeuma na Assembleia Municipal da passada terça-feira, apesar de – dado o adiantado da hora – terem sido poucos os deputados que realmente se aperceberam da gravidade do assunto e das poucas explicações então dadas pelo presidente da Câmara.
O Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) enviou na passada segunda-feira, 12 de Março, um ofício à Câmara das Caldas da Rainha a requerer apoio financeiro para o pagamento das análises à água mineral natural do Hospital Termal. A alternativa seria a suspensão imediata da actividade deste estabelecimento de saúde.
“Como é do conhecimento da Câmara Municipal das Caldas da Rainha a situação do Centro Hospitalar Oeste Norte é muito deficitária”, começa por referir na missiva o presidente do Conselho de Administração do CHON, Carlos Sá.
Segundo o responsável, “no actual momento e de modo a cumprir com a legislação em vigor, não nos é possível, por falta de cabimento, assumir os encargos relativos ao programa de controlo da qualidade da água mineral natural do Hospital Termal Rainha D. Leonor”.
Estas análises são realizadas de acordo com as orientações da Direcção Geral da Saúde e da Direcção Geral de Energia e Geologia, com periodicidade semanal, tendo sido gastos em 2011 um total de 25.645 euros.
“Tendo como principal objectivo evitar a suspensão imediata da actividade do Hospital Termal, e sendo este um assunto de interesse comum e da população caldense, vimos solicitar a V. Exªa o apoio na resolução nesta questão”, pede Carlos Sá.
O pedido é de que a autarquia assuma o encargo resultantes da realização das análises em 2012, estimado entre 15 mil e 18 mil euros.
O ofício do CHON foi enviado através de correio electrónico às 16h00 de 12 de Março, com um pedido para ser entregue “de imediato” a Fernando Costa, que estava na reunião de Câmara. O executivo não passou um cheque em branco ao hospital (até porque este deve 42 mil euros ao Instituto Superior Técnico, entidade que faz as análises à água) e aprovou apenas uma primeira tranche de 2000 euros.
O presidente da Câmara disse aos jornalistas, após a Assembleia Municipal, que estava disposto a entregar uma verba anual de 50 mil euros à Liga dos Amigos do Centro Hospitalar para fazer face a estas e outras despesas do Hospital Termal.
Costa versus Sobral
Já depois de formalmente terminada a Assembleia Municipal da passada terça-feira, os ânimos exaltaram-se entre Fernando Costa e o líder da bancada do PS, Jorge Sobral, que se envolveram numa acesa discussão sobre o papel do Montepio no futuro do Hospital Termal.
O presidente tem defendido várias vezes aquela instituição como parceira da Câmara a privilegiar caso a autarquia fique com a gestão do termal. Uma forma, explica, de evitar que empresas privadas sem ligações à área da saúde venham a gerir aquela infra-estrutura.
Jorge Sobral não aceita aquilo que considera ser um “privilégio” do Montepio, mas também ficou indignado com o facto de Fernando Costa ter afirmado que o PS estava contra aquela instituição caldense.
Pedro Antunes
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Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt































Há anos atrás quando o laboratório do hospital era comum com o centro de saúde, as análises de águas, eram feitas nesse laboratório ?