Câmara aprova construção de hotel nos pavilhões do Parque

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O executivo municipal aprovou, na passada segunda-feira, o projeto de arquitetura para a construção do primeiro hotel de cinco estrelas das Caldas, que ficará localizado num dos ex-libris da cidade

A Câmara das Caldas aprovou, na passada segunda-feira, o projeto de arquitetura para a construção do hotel de luxo nos pavilhões do Parque, o que, para Tinta Ferreira, é “um sinal de esperança de que os pavilhões vão ser requalificados e transformados num hotel de cinco estrelas”, dando “um contributo decisivo para a riqueza da cidade e concelho”. Está, assim, aberto o caminho para a construção de um hotel de cinco estrelas nos Pavilhões do Parque, recuperando assim os emblemáticos edifícios projetados por Rodrigo Berquó em finais do século XIX.

A aprovação do projeto, apresentado pelo grupo Visabeira, permite que a curto prazo estejam reunidas as condições para o levantamento da licença e depois o promotor avançar com a obra. O autarca tem informações, tanto por parte do grupo económico como da administração central, de que o “projeto é para avançar”, embora com alguns anos de atraso, tendo em conta aquando da celebração do contrato de concessão, previa-se que as obras arrancassem em finais de 2018, para estar concluídas dois anos depois.
A pandemia e a demora nos pareceres das entidades e elaboração do processo chegaram a preocupar o autarca relativamente à concretização do hotel, mas agora é com “satisfação” que vê que a empresa “não desistiu e continuou a desenvolver o seu trabalho, a obter os pareceres, fazer as sondagens, gastar o dinheiro que tinha de gastar para concluir o projeto e apresentou-o, em condições de ser aprovado”.
O grupo Visabeira possui a cadeia Montebelo Hotels & Resorts em Portugal e Moçambique. No nosso país é detentor, entre outros, do Montebelo Vista Alegre, em Ílhavo, que alia a atividade turística à cerâmica. Também nas Caldas está prevista essa ligação à fábrica de faianças e com a “vantagem de poderem beneficiar do acesso às nossas águas termais e usufruir delas no hotel”, concretizou.

Projeto âncora para o crescimento do turismo e termalismo no concelho, permitindo também a recuperação dos edifícios do século XIX

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Também o vereador socialista Luís Patacho mostrou o seu regozijo com a aprovação do projeto, que acredita que será âncora para o desenvolvimento do turismo e termalismo no concelho, permitindo também a recuperação dos pavilhões. No entanto, mais cauteloso, espera agora que os “promotores levem por diante este projeto e não fiquemos a meio da ponte, tendo em conta a crise pandémica e das dificuldades económicas que aí vem”.
A oposição socialista foi sempre favorável à criação do hotel de cinco estrelas, no entanto apresentaram diversas críticas ao projeto inicial, conseguindo que algumas situações fossem revertidas, como foi o caso da proibição de acesso ao parque pelo Céu de Vidro, a existência de um estacionamento subterrâneo e a construção de mais um piso na antiga Casa da Cultura. Mas há ainda aspetos com os quais continuam a discordar, como a entrada do hotel ser feita pelo Céu de Vidro, que a zona de entrada, entre o Céu de Vidro e o primeiro pavilhão seja de uso exclusivo dos clientes do hotel e ainda os materiais utilizados no novo edifício onde funcionou o Salão Ibéria.
O contrato de concessão dos pavilhões do Parque, por parte do município ao grupo Visabeira, foi celebrado em setembro de 2017 e por um período de 48 anos, com vista à recuperação e à instalação de um hotel de cinco estrelas. O Montebelo Bordallo Pinheiro Hotel prevê um investimento de 14,4 milhões de euros, com 214 camas, piscina exterior e interior com espaço para tratamento com águas termais, restaurante e salas para realização de eventos. A Casa dos Arcos e um outro edifício, de apoio aos pavilhões, serão reabilitados para galeria de arte e ateliê de cerâmica, com ligação à fábrica e museu Bordalo Pinheiro, com projetos de residências artísticas internacionais
O projeto integra o programa REVIVE, um instrumento financeiro lançado pelo governo para a recuperação e valorização de património edificado cultural e histórico.

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