Caldenses querem usufruir mais da sua cidade

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Dia Europeu Sem Carros
Por todo lado foi possível ver gente a andar de bicicleta

O Dia Europeu Sem Carros, que decorreu no passado dia 22 de Setembro, foi vivido nas Caldas com o encerramento de várias zonas da cidade à circulação automóvel, com a inauguração de mais um posto de bike sharing na ETEO e o transporte público, Toma, foi gratuito. Durante todo o dia e nas três linhas – laranja, azul e verde – foram efectuadas 1603 viagens.
Gazeta das Caldas falou com algumas pessoas que se encontravam a participar nas iniciativas que consideraram que há vontade de poder usufruir um pouco mais da cidade.

Durante a tarde, em plena Avenida da Independência Nacional, estiveram José Pego de 13 anos e Gonçalo Machado, de 10 , que se divertiram a jogar basquete. Ambos gostavam de repetir a experiência “pelo menos ao fim de semana”, disseram. Seria pois uma maneira de”juntar aqui gente e criar um espaço para as crianças jogarem”. E enquanto marcavam alguns cestos , Nuno Dinis, treinador de minibasquete dos Pimpões, que se encontrava com os jovens, comentou que seria melhor se houvesse menos carros a circular nas ruas paralelas à zona central da avenida de modo a que os participantes pudessem estar a jogar sem terem que estar preocupados com o trânsito.
“A cidade das Caldas não é 100% ciclável”. É o que pensa Teresinha Cardoso de 49 anos que viveu 20 anos na Suíça e de lá trouxe o hábito de andar de bicicleta um pouco para todo o lado. Na sua opinião seria necessário “eliminar alguns estacionamentos de modo a poder-se circular de bicicleta com mais segurança”. Acha que há carros mal estacionados e os condutores têm muito pouca precaução para com os ciclistas.
Vive nas Caldas há uma década e gostava que a cidade termal fosse um pouco mais parecida com Berna nas condições que oferece aos ciclistas. Pelo menos uma vez por semana vai à Foz do Arelho, sempre a pedalar. Esta ciclista cujo filho lhe segue o exemplo na utilização de transportes alternativos ao automóvel, mora na Quinta do Pinheiro e vem para o centro da cidade sempre de bicicleta. Na opinião desta ciclista a celebração da Semana da Mobilidade deveria realizar-se pelo menos uma vez por mês “para ver se as pessoas começavam a mudar a mentalidade e a usar outras alternativas ao carro”, rematou.

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Dança na Praça da República

A assistir às actividades de dança na Praça da Fruta estava o caldense António Cândido, de 70 anos que foi caixeiro viajante e acha pelo menos que esta zona histórica “deveria ser fechada ao trânsito”. Vai até mais longe e acha que as restrições ao automóvel deveriam estender-se por todo o centro da cidade “pois agora há novos circuitos que permitem os carros não terem que passar na zona histórica”.
Por seu lado Laurinda Santos, 74 anos e moradora naquela Praça há 21 acha bem que se realize esta iniciativa relacionada com a Semana da Mobilidade  “uma vez por ano”. E isto porque é engraçado ver gente a andar de bicicleta na Praça sem ter que se preocupar com o trânsito automóvel mas na verdade cortar para sempre “não pode ser pois as pessoas precisam de aqui passar para irem para outros destinos”, disse.
A participar nas coreografias estiveram alunos da Escola do 1º Ciclo do Parque. Vieram 45 alunos acompanhados pelas professoras satisfeitas por poderem reforçar o que é dito nas aulas sobre a utilização de meios de transportes alternativos.
“Os carros terão que circular de forma condicionada nalgumas zonas das Caldas”, disse o vereador Hugo Oliveira, satisfeito com as actividades realizadas a 22 de Setembro e que encerraram a Semana da Mobilidade nas Caldas.
Por causa do plano da Regeneração Urbana o autarca crê que terão de ser feitas sessões de esclarecimento à população para dar a conhecer o que vai mudar. Conta ainda tal como aconteceu com as questões relacionadas com a Reciclagem com a ajuda das novas gerações para tentar mudar mentalidades dos mais velhos e mais renitentes em deixar de usar o automóvel para todas as deslocações.

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